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ROLLEMBERG APOSTA NA MORTE, NA DESGRAÇA E NO CAOS DA SAÚDE PÚBLICA

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Circulou nas redes sociais do último domingo, tarde da noite, o apelo desesperado de uma equipe de enfermagem, relatando o drama sofrido num posto de enfermagem do maior hospital do DF, o Base. Lá  só haviam dois técnicos de enfermagem escalados e 50 pacientes internados para serem atendidos. Postaram fotos  dos carrinhos de medicação para ilustrar a preocupação em deixar alguém desassistido por insuficiência de atendentes.

Opinião Radar/Por Toni Duarte

A situação é tão dramática que fomos buscar informações com técnicos e fontes do próprio governo, acerca desse desajuste de pessoal. Ficamos estarrecidos ao descobrir que em 2015, o então secretário de saúde, Fabio Gondim, havia determinado um estudo para dimensionar o quadro de pessoal da SES e sua necessidade real de recursos humanos.

Este estudo, detalhado e elaborado por técnicos, demonstra claramente a incompetência dos gestores em gerenciar os recursos humanos disponíveis (link do manual disponível). É possível verificar que, se o governo tivesse coragem e vontade para resolver esse déficit, ele o faria primeiro, distribuindo o pessoal de maneira correta.

Se retornasse o contingente de servidores cedidos para outros órgãos, Estados; se mexessem nos apadrinhados políticos que estão lotados onde querem e não onde é necessário; se, acabasse com os desvios de função; se aproveitasse servidores que não atuam mais em suas áreas por “desnecessidade” (termo do próprio GDF), em áreas afins, não haveria esse descompasso e hiato crescente e perigoso nas escalas de serviço.

É preciso conhecimento da máquina da saúde para gerenciá-la. No entanto, Rollemberg trouxe “estranhos” para exercer funções estratégicas, como a que formula a política de pessoas na saúde. Um misto de desconhecimento e incompetência resulta nessa situação caótica. Enquanto isso, o manual de dimensionamento repousa nas mesas dos gestores como “pesos” para não voar os diversos papeis espalhados por ela.

É importante trazer esses fatos ao conhecimento público, num momento em que o governo centrou todas as suas forças contra os servidores e os sindicatos. Coloca-os, perante a opinião pública, como os responsáveis por todas as mazelas. Omite o fato de que, sindicato não é governo e nem gerencia nada. A sua função constitucional é defender os direitos dos trabalhadores. E, por direitos, entenda-se, inclusive, as suas condições de trabalho.

Qualquer cidadão que tenha o mínimo de discernimento, vai compreender que, quando um sindicato luta para que o servidor tenha essas condições, ele está lutando em último plano pelos pacientes. Se o médico, enfermeiro, técnico, motorista tem ferramentas e insumos para trabalhar, o paciente terá assistência.

A sociedade precisa despertar para esse jogo de empurra do Rollemberg. Ele joga a sujeira para baixo do tapete, quando se exime de sua responsabilidade, jogando a culpa nos servidores.

Acreditamos que as mãos que operam, que cuidam dos doentes são mãos santas. Mas, nao fazem milagres…

Decidimos trazer esse grito de desespero dessa servidora para mostrar à população que, Rollemberg aposta na morte, na desgraça, no caos para terceirizar e privatizar. Ele não está nem um pouco preocupado se, alguma das 50 pessoas atendidas pelas 2 técnicas de enfermagem, ontem à noite, ficaram sem medicamento ou não. O que interessa a ele é usar esse pedido de socorro, para justificar o desmonte do serviço público de saúde, para desqualificar os servidores.

São 9593 servidores da enfermagem com 40 horas, totalizando mais de 383.000 horas mensais. 128 profissionais de enfermagem e médicos cedidos para outros órgãos, gerando um déficit de 5120 horas/mês, nos serviços de saúde.

E tem ainda mais de 4000 servidores que requereram a ampliação da carga horária, o que daria para fechar as escalas nos principais serviços e, no entanto, o governo nega essa concessão, preferindo manter os hospitais e unidades de saúde sem profissionais para fortalecer o seu discurso de que é preciso terceirizar!

A prova cabal do desinteresse desse governo pela vida humana é o projeto de unificação da Previdência, assunto desconhecido do cidadão comum. Trocando em miúdos, ele quer meter a mão na poupança dos servidores, para cobrir o rombo de seu governo, comprometendo no futuro a aposentadoria dos que estão contribuindo. Diz na maior desfaçatez, para convencer a opinião pública que essa é a salvação para o DF. A descoberta da roda!

O que causa espanto é ele achar que o povo é tão tolo a ponto de acreditar em suas falácias. A população enganada que o elegeu, não cai mais nesta conversa.

Quem vai acreditar que, ele tinha a solução mágica nas mãos o tempo todo e só agora, após 3 anos de governo, após tantas mortes por falta de saúde, segurança e etc, às vésperas da eleição, ele tira esse coelho da cartola?

Ora, Rollemberg, não são os servidores que mentem. Nem os sindicatos. Muito menos os jornalistas. É o seu governo que, é feito por apadrinhados incompetentes e para esconder seus erros, transfere a terceiros a culpa.

Olhe para a saúde com humanidade. Determine uma política de pessoas séria e realística. Pare de conceder ampliação de carga horária para seus cabos eleitorais e atenda as áreas estratégicas. Em vez de atender auxiliar de gesso, atenda a enfermagem, os médicos, a área administrativa.

Assim, as escalas ficarão completas e a assistência aos pacientes será garantida! Para ela ser completa, determine as compras de medicamentos, materiais e consertos de aparelhos, em vez de embelezar as marquises do hospital de base! Ainda dá tempo de se tornar um governante de verdade, e sair desse status de fachada!

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