Os pacientes do DF com psoríase, uma doença crônica na pele, não contagiosa e que provoca lesões avermelhadas, reivindicam a ampliação dos postos de atendimento, mais equipamentos de fototerapia e maior oferta dos medicamentos. O debate sobre as dificuldades enfrentadas por eles e a apresentação de propostas para a melhoria no tratamento aconteceram na audiência pública que a Câmara Legislativa realizou na tarde desta sexta-feira (25), no plenário, por iniciativa da deputada Liliane Roriz (PRTB), vice-presidente da Casa.
Depois de ouvir as sugestões apresentadas por pacientes, familiares e médicos especialistas no tratamento da psoríase, a distrital propôs ir com eles a audiências a serem marcadas com o secretário de Saúde do DF e representante do Ministério da Saúde, a fim de buscarem o atendimento das demandas apresentadas na audiência pública. Liliane enfatizou ainda que é preciso a sociedade se informar melhor sobre as questões que envolvem o tratamento da psoríase,”para que possamos também acabar com a discriminação e o preconceito”.
“Essa doença não tem cura, mas não é contagiosa e tem uma remissão prolongada, com boa capacidade de tratamento”, informou a médica Letícia Oba Galvão, coordenadora do ambulatório do Hospital Regional da Asa Norte (HRAN), um dos poucos espaços públicos disponíveis atualmente para esse tratamento. “Temos que lutar também para desmistificar a doença”, afirmou.
A falta de uma infraestrutura adequada para o tratamento da psoríase também foi ressaltada pela médica coordenadora do ambulatório de psoríase do Hospital Universitário de Brasília (HUB), Gladys Martins, mesmo enfatizado que o DF ainda está numa situação melhor do que várias outras unidades da Federação.
“Muitos dos pacientes sofrem com as desvantagens no trabalho e acabam faltando muito, em função do agravamento da doença, apresentando um quadro depressivo. É preciso um olhar mais atencioso para o problema dessas pessoas”, alertou a especialista. Ela explicou que o tratamento contínuo proporciona um controle eficaz da doença, assim como ocorre com o diabetes e a hipertensão.
Apoio – As principais reivindicações dos pacientes foram defendidas na audiência pública pelo representante da Associação Brasiliense de Psoríase, Edgar Dias, que também é portador da doença. Ele utilizou os números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para lamentar que, embora no DF existam hoje cerca de 90 mil pessoas com psoríase (cerca de 2% da população), apenas 1600 deles estão em tratamento.
“Sofremos tanto no aspecto físico, psicológico e profissional. Precisamos de mais centros de atendimento, que poderiam ser implantados em Taguatinga ou Ceilândia, pois o atendimento apenas no HRAN e no HUB não alcança muitos pacientes daquelas regiões administrativas. Muitos nem têm condições de pagar as passagens de ônibus. Precisamos de mais aparelhos de fototerapia e melhor oferta dos medicamentos, que poderiam ser distribuídos pelo preço de custo pela nossa associação”, defendeu.