Em meio a traições e puxadas de tapete, o grupo político pilotado pelo governador do Maranhão, Flávio Dino (PSB), começa a se partir, o que pode criar situações não muito confortáveis para pessebista, candidato ou Senado, bem como para o vice-governador Carlos Brandão (PSDB), candidato a reeleição.
Enquanto Dino e Brandão se movimentam para a formação de uma chapa majoritária “semi-puro-sangue”, pelo PSB, o senador Weverton Rocha (PDT), que lidera o topo das pesquisas de intenção de votos no estado, atrai um leque de partidos e de apoios, em sua volta, que vai da esquerda, passando pelo centro, até à direita.
Nos bastidores de Brasília, nem Weverton e nem o senador Roberto Rocha (sem partido), descartam a possibilidade de uma união em torno de uma mesma chapa.
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A dobradinha Weverton para governador e Roberto para senador, começa a tomar forma e corpo a menos de quatro meses que faltam para que o vice-governador, Carlos Brandão, assuma definitivamente o Executivo local.
Em abril, o agora governador Flávio Dino terá que se descompatibilizar do cargo para tentar a vaga do Senado.
Os dinistas subestimam a coragem e o arrojo de Weverton Rocha, mesmo sabendo que a trajetória dele na política do Maranhão, foi meteórica.
Foi deputado federal antes e chegou ao Senado em 2018. Agora quer mais: ser o principal mandatário dos Leões.
Na contramão do que revelam as pesquisas, que apontam o senador pedetista como favorito na corrida governamental, até aqui, grande parte dos analistas políticos do Maranhão, pensa ao contrário: ele não conseguirá derrotar Dino e Brandão.
Acreditam ainda que Weverton comece a definhar politicamente no estado, a partir de abril, pelo efeito do peso da caneta do governador que, obviamente, promoverá baixas de aliados do pedetista no Diário Oficial do Estado.
Também estaria em curso, uma perseguição implacável aos prefeitos da base de apoio do senador. Quem não rezar na cartilha de Dino perderá os afagos dos Leões.
Pragmatismo de Weverton
O novo cenário que se desenha, empurrou Weverton a se articular de várias formas e maneiras, inclusive abandonando o raivoso discurso ideológico para as ações mais pragmáticas.
As conversas mantidas com o senador bolsonarista Roberto Rocha, nos limites do quadrado da capital federal, demostra que tudo é possível a ser feito para continuar no jogo.
No mapa geopolítico do Maranhão, os 217 municípios são extremamente dependentes do dinheiro federal.
Roberto Rocha seria peça importante no jogo, para contrapor a política de caças as bruxas, prometida por Brandão e Dino.
A corrida não será fácil como a torcida de plantão, pensa.