Sem citar o nome do ex-parlamentar, coronel Alberto Fraga, o ex-comandante da Polícia Militar do Distrito Federal, coronel Márcio Cavalcante Vasconcelos, que se descompatibilizou do cargo para disputar uma das oito vagas da bancada brasiliense, na Câmara Federal, disse que a família militar evoluiu e que a PMDF deixou de ser curral eleitoral do passado.
Para Vasconcelos, a sociedade evoluiu em conhecimentos e conceitos e a PMDF que possui no seio de sua tropa pessoas dessa mesma sociedade, evoluiu junto.
“Temos hoje uma parcela da PM, que participa de forma mais efetiva do debate político como uma ferramenta importante calcada em defesa da sociedade. A política do curral eleitoral, do voto de cabresto e do coronelismo do tipo quero, mando e posso, isso é coisa do passado”, disse.
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Oriundo do “sindicatão”, nome dada a sua turma de 1992, que reúne atualmente 33 “coronéis fechados” da PMDF, o ex-comandante, que fez a transmissão de cargo, oficialmente, ao novo Comando, na última terça-feira(19), afirmou que a centenária instituição militar, da capital federal, está muito mais madura no campo político do que antes.
“A formação do nosso policial traz para dentro do PM uma visão menos romântica daqueles poucos que ainda acreditam em salvadores da pátria”.
Essa mudança, segundo Vasconcelos, está no fato dos policiais e da família militar estarem mais conectados com a informação e mais preparados para saber avaliar quem pode representá-los, seja na Câmara Federal ou na Distrital dentro daquilo que acreditam.
A opção de deixar o cargo de Comandante-Geral, para colocar o seu nome na disputa por uma das oito vagas de deputado federal, pelo DF, segundo Vasconcelos, foi uma decisão construída ao longo do tempo e que não foi fácil.
Ele justifica que os maiores gargalos que a PMDF enfrenta, estão no âmbito do Governo da União, por ser mantida por uma legislação federal, e não do Governo do Distrito Federal, como alguns tentam fazer crer.
“Embora se queira mexer nessa estrutura, para resolver uma necessidade da Instituição, temos que enfrentar as barreiras do processo legislativo do Congresso Nacional ou conseguir por frágeis medidas provisórias a serem ratificadas também pelo Congresso”.
Vasconcelos não quis citar diretamente o nome de Alberto Fraga, que ultimamente vem gravando vídeos nas redes sociais fazendo ataques a ele pelo fato de disputar as eleições proporcionais desse ano.
“Todo mundo pode falar o que quiser contra um governo, um governador, ou a um comandante geral da PMDF. Agora que faça isso com propriedade e com argumentos. Não me furtarei ao debate, sem agredir ninguém, mostrando que temos os melhores indicadores da Segurança Pública com um menor registro de homicídios dos últimos 42 anos”.
O Coronel disse ainda que esse resultado é fruto de um trabalho, que além de envolver a firme ações de governo, envolve a abnegação de todos os integrantes das forças de segurança do DF, principalmente dos combatentes que estão na linha de frente.
“Contra os fatos não há argumentos. É uma mentira deslavada alguém falar que a cidade está jogada ao crime ou que não há gestão na segurança pública. Gostem ou não, os críticos, os melhores anos da segurança pública do DF ocorreram e ocorrem na gestão do governador Ibaneis. Isso incomoda muita gente”, pontuou.
*Toni Duarte é Jornalista e editor do Radar-DF, com experiência em análises de tendências e comportamento social e reconhecido nos meios jornalísticos e políticos da capital federal. Siga o #RadarDF