A política do Distrito Federal pode se apresentar como um tabuleiro complexo em relação às eleições de 2026, caso o PL, partido de Bolsonaro, roa a corda da base polĩtica da qual faz parte.
O partido parece crer que pode se lançar em uma disputa majoritária, apresentando um candidato a governador e dois a senador sem precisar de mais ninguém.
Os que pensam assim, como o senador Rogério Marinho (RN), que deve assumir o comando do Partido Liberal a partir de janeiro de 2025, podem levar o PL do DF a um desastre eleitoral por achar que pode tudo.
No partido, o nome do senador Izalci Lucas surge como o candidato ao governo e conta com o apoio do seu colega de Senado Rogério Marinho futuro presidente nacional da legenda .
Por outro lado, as vagas para o Senado seriam ocupadas por figuras como Michelle Bolsonaro e a deputada Bia Kicis, presidente da legenda no Distrito Federal, que não escondem o objetivo.
No entanto, a realidade política do Distrito Federal não é tão simples como Deus criou o mundo.
Apesar de o PL ter uma maioria sólida na Câmara dos Deputados, com 95 deputados, a ausência de uma máquina governamental e a derrota de Bolsonaro para Lula (PT) em 2022, criam um cenário muito diferente que coloca o PL em uma posição delicada.
A disputa eleitoral no Distrito Federal não se resume apenas a lançar candidatos; é imprescindível contar com alianças e uma base sólida de apoio.
Será que Bolsonaro, Rogério Marinho, Michelle, Bia Kicis e Izalci não têm conhecimento sobre isso?
Sem alianças, a tarefa de conquistar o governo do Distrito Federal se torna muito difícil, especialmente diante da concorrência de partidos que já têm uma estrutura consolidada, como no caso dos que seguirão ao comando do governador Ibaneis Rocha (MDB) e da vice-governadora Celina Leão. Eleitoralmente ambos estão muito fortes.
O primeiro é um postulante ao cargo de senador. A segunda, é candidata ao lugar do primeiro no Palácio do Buriti.
A relação entre Michelle Bolsonaro e Celina Leão, apesar de terem caminhado juntas na tentativa de reeleição do ex-presidente em 2022, esse movimento do PL no DF deixa a Leoa de faro apurado, desconfiada.
Michelle diz que sua candidata ao Buriti é Celina e que ela é a candidata ao lado de Ibaneis ao Senado. Se a posição da ex-primeira-dama, não ha que se falar em chapa puro-sangue do PL no Distrito Federal.
Com as eleições se aproximando, é recomendável que Rogério Marinho, Bia e Izalci pensem e avaliem as reais possibilidades antes de se arriscar em uma estratégia que pode ser mais por ambição do que realista.
O cenário político é dinâmico e, para um partido que deseja se consolidar no Distrito Federal, a construção de alianças e a análise criteriosa do ambiente político são indispensáveis.
O PL, um dos maiores partidos políticos do país, deveria saber que ninguém chega la sozinho.