Após fechar o ano de 2021, bombardeado por centenas de reclamações, pelos péssimos serviços prestados (veja aqui), o Detran DF inicia o ano de 2022 com a imagem pra lá de arranhada.
Nesta quarta (05/01), a Polícia Civil foi ao encalço de uma máfia que estaria extorquindo empresários credenciados pelo órgão.
A Operação Blackmail, deflagrada pela Delegacia de Repressão à Corrupção, vinculada ao Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (Decor), apura, inicialmente, crimes de chantagens.
No entanto, de acordo com os investigadores, o amaranhando é grande e pode levar ainda a polícia a desemborcar em outras linhas de investigações.
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A ponta do novelo, a ser desenrolado, no caminho inverso, do crime para o criminoso, apontou inicialmente a figura de um policial militar como o primeiro alvo da Blackmail.
Ele é acusado de ter extorquido empresários, prestadores de serviços do Detran, e teria recolhido R$ 3 milhões das vítimas. Sozinho? Não, acredita a polícia.
Os investigadores também sabem que uma máfia não só tem gente de fora. “Tem tentáculos”, disse reservadamente um investigador ao RadarDF.
Conforme o delegado, que investiga o caso, por trás do primeiro alvo tem outras pessoas no esquema que também viraram alvo das investigações. Quem são elas? Não sei. É do Detran? Sigilo total.
Computadores, celulares e documentos recolhidos na casa do militar, no Jardim Botânico, estão sendo minuciosamente analisados, cujo resultado pode levar a polícia a outras vertentes.
O histórico de descaminhos, que ataca o Detran, desde o seu nascimento, tornou-se um adversário difícil de ser vencido por qualquer gestor, mesmo sendo ele “durão e correto” como o atual diretor-geral, Zélio Maia.
Toda passagem de diretor pelo Detran é meteórica por perder a guerra.
Os que ficaram, até o fim, terminam comandando o órgão sob a bandeira do armísticio.
Apesar de demostra “dureza” e transparência no trato da coisa pública, mas neste caso, o Procurador licenciado Maia, não conseguiu botar o órgão que comanda na linha, conforme a promessa feita por ele no início de sua gestão.
Os escândalos, somados a montoeira de reclamação contra a “lerdeza” do Detran de emitir um simples documento por meio de um aplicativo, que nunca funciona, só ajudam a embaçar a imagem de Zélio Maia.
Uma situação desgastante e vexatória para quem se lançou, antes da hora, a uma candidatura de deputado federal, nas próximas eleições. Vendo por essa ótica, Maia queimou o seu projeto político antes da largada.
Daí, o conselho: sai daí Zélio!
O que diz o Detran-DF
A operação policial não apura suposta corrupção na terceirização do serviço de vistoria, na verdade, investiga pedido de extorsão de um grupo de indivíduos a empresários, conforme as investigações realizadas pela Polícia Civil.
Vale destacar que foi a própria Direção-Geral do Detran quem levou o fato ao conhecimento da Polícia Civil.
Logo que tomou conhecimento da existência de supostas irregularidades, o diretor-geral do Detran-DF, Zélio Maia, encaminhou ofício à Polícia Civil, solicitando abertura das investigações.
O Detran-DF tem trabalhado em conjunto com a Polícia Civil na apuração dos fatos.
Reforçamos que o processo de credenciamento de empresas de vistoria foi completamente transparente e seguiu rigorosos critérios técnicos o que, por sua vez, veio desagradar uma parcela dos atores anteriormente envolvidos.
Por fim, o Detran destaca que, caso os autos apontem para o envolvimento de qualquer servidor do Detran, a Direção-geral determinará a abertura de procedimento administrativo para a apuração dos fatos.
*Toni Duarte é jornalista e editor-chefe do RadarDF. Quer saber mais? Clique aqui