Desde 2014, fora do poder político do DF, com a derrota do ex-governador Agnelo Queiroz, além de amargar o pior desempenho da história do partido, ocorrido nas eleições de 2018, como Júlio Miragaya, o PT segue bambo e pode caminhar para o seu enterro fúnebre nas eleições desse ano na capital federal.
A menos de três meses para realização das convenções partidárias e registro de candidaturas, o Partido de Trabalhadores segue numa briga sem fim no DF, perdendo tempo e discutindo o sexo dos anjos, sobre quem pode liderar a legenda nas eleições desse ano: Rosilene ou Magela?
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Uma banda foi para cima e escolheu a professora Rosilene Corrêa, em que muitos afirmam ser ela uma “inexperiente e sem voto”.
Dizem ter ela o mesmo perfil, sem empolgação, do economista Júlio Miragaya, que teve pouco mais de 60 mil votos, ficando em nono lugar na corrida pelo Buriti, em 2018.
Ficou à frente apenas de Antonio Guillen, do PSTU, lembra?
Do outro lado, tem a turma, que os petistas gostam de chamar de “tendência” ou “corrente”, do Geraldo Magela, que também sonha para ser candidato novamente ao Buriti.
Se a turma de Rosilene creditava que tudo já estava dominado, em torno do seu nome, para concorrer o governo do DF, o movimento pró-Magela, provou que não.
O ex-deputado distrital Ricardo Vale, secretário de “Organização” do PTDF, formulou denúncia junto à Câmara de Recursos do Diretório Nacional do PT, pedindo a anulação da prê-candidatura da professora, em nome do bloco “Unidos pelo PT”.
A Câmara de Recursos acolheu e vetou neste sábado 2/4, o nome de Rosilene Corrêa.
O comunicado destaca que a decisão de impor o nome de Rosilene, presidente do Sindicato dos Professores do DF, “foi realizada em desacordo com as deliberações nacionais”.
O deputado distrital Chico Vigilante, fundador do PT no Distrito Federal, reagiu contra a decisão da Câmara de Recursos.
Ele disse que “esse órgão não existe estatutariamente”.
Para muitos analistas políticos do DF, o PT encolheu nas últimas duas eleições e pode encontrar dificuldades de manter suas cadeiras no legislativo local, na mesma proporção que terá dificuldades de manter a sua única vaga na bancada brasiliense da Câmara Federal.
Desde 1990, quando os eleitores do DF, começaram a eleger o governador, o PT, em 32 anos, só conseguiu eleger Cristovam Buarque, em 1994, e Agnelo Queiroz em 2014. Ambos não conseguiram se reelegerem.
A causa para tantas derrotas que faz o PT não crescer no DF é a desunião dentro do “balaio” provocada pelas mais diversas correntes que não se entendem.
Ou seja: tem muito cacique para pouco índio.
*Toni Duarte é Jornalista e editor do Radar-DF, com experiência em análises de tendências e comportamento social e reconhecido nos meios jornalísticos e políticos da capital federal. Quer saber mais? Clique aqui