Desde o início do terceiro mandato de Lula, em 2023, o PT criticou ferozmente a política de juros do Banco Central, inicialmente mirando Roberto Campos Neto, acusado de “sabotar” o governo com a Selic a 13,75%, que encarecia crédito e dificultava o crescimento.
Lula chegou a dizer que Campos Neto “não entendia de Brasil”, enquanto Gleisi Hoffmann chamava suas decisões de “insanas”.
Com a saída de Campos Neto e a indicação de Gabriel Galípolo por Lula, o PT esperava uma queda nos juros, mas Galípolo surpreendeu ao elevar a Selic para 15% até junho de 2025, seguindo a mesma linha do antecessor para conter a inflação.
O PT, que antes atacava Campos Neto com veemência, adotou cautela com Galípolo, incapaz de acusá-lo de “sabotador” sem enfraquecer o próprio governo.
Gleisi Hoffmann criticou os juros como “incompreensíveis”, mas culpou a “herança maldita” de Campos Neto, enquanto vozes como Glauber Braga apontam que Galípolo mantém a política de juros altos, beneficiando o mercado financeiro.
A oposição, como Luciano Zucco (PL-RS), ironiza, dizendo que Lula não pode mais culpar Campos Neto pelos problemas econômicos.
O silêncio de petistas, antes críticos de Campos Neto, tornou um grande dilema: atacar Galípolo seria enfraquecer ainda mais o presidente Lula, que sofre quedas gigantescas.