Durante o primeiro debate, entre os candidatos ao Buriti, realizado no último domingo(08), pela Band, o candidato ao GDF, Paulo Octávio sem nenhum pudor, disse que caso seja eleito irá se licenciar e transferir o comando de suas empresas, que possuem negócios milionários com o GDF, aos seus filhos.
Ou seja: caso vire governador, PO, pagará as faturas de um lado do balcão, e do outro, os filhos recebem.
A indagação neste sentido foi feita pelo jornalista da emissora, Cláudio Humberto. Veja no vídeo:
Paulo Octávio admitiu no horário nobre da TV, que realmente tem negócios fabulosos com o governo, como a construção do viaduto do Sudoeste, uma obra de R$ 27 milhões. Mas, o empresário não disse tudo.
Escondeu que aluga andares inteiros do edifício 700, na Asa Norte, para a Secretaria de Saúde, por R$ 32 milhões, contrato que rende R$ 1 milhão por mês ao empresário/candidato.
O empresário/candidato também não disse que tem pelo menos outros cinco imóveis alugados para o GDF, em contratos que vão além do próximo ano, podendo ser esticados.
PO é dono e um império de comunicação no DF, formado por uma emissora de televisão e quatro emissoras de rádio, além de uma empresa que vende espaço publicitário em seus muitos shopping centers.
Todo esse conglomerado é turbinado com veiculação de anúncios, como demonstram os balanços publicados pela Secretaria de Comunicação.
Pelo que declarou durante o debate politico da Bande, Paulo Octávio não parece estar disposto a seguir o exemplo de Ibaneis Rocha, que abandonou todas as causas trabalhistas, inclusive algumas com precatórios já a receber, que seu escritório tinha – defendendo sindicatos de trabalhadores – contra o GDF.
Ibaneis conforme disse no debate, perdeu milhões de reais com a decisão, mas considerou ser necessária para separar o público do privado.
Ibaneis declarou também que se recusou até a receber salário, preferindo doar para entidades que prestam serviços sociais.
Ainda que tire licença das suas empresas para ser apenas governador, caso se eleja, Paulo Octávio, segundo ele próprio afirma no vídeo acima, o “Grupo PauloOctavio” vai continuar fazendo negócios com o governo por prestar “relevante serviço a Brasília”.
Ora se vai. Fez isso e não se constrangia quando foi vice-governador da gestão Arruda, em 2007. Por que seria diferente agora, caso se eleja ao Buriti?
Como um próspero empresário, que cresceu nas abas de todos os governos da terra de Dom Boco, PO jamais abriria mão, caso se eleja, de um fabuloso negócio bilionário, fechado com o GDF, que se encontra em fase final de gestação.
Fontes bem situadas, no mercado imobiliário de Brasília, descreveram ser um bairro de casas populares a serem construídas em uma grande área do Recanto das Emas, em torno de R$ 1,240 bilhão.
O contrato para o fechamento do negócio, segundo a mesma fonte do mercado imobiliário da cidade, estaria na mesa do presidente da Codhab.
Apesar de imoral, é legal
Do ponto de vista legal, o empresário Paulo Octávio tem todo o direito de se licenciar de suas empresas para que elas continuem operando normalmente, e com as suas abençoes, caso seja ele o governador.
A culpa dessa situação esdrúxula, é da legislação eleitoral que obriga o político eleito a se licenciar de suas empresas das quais são sócios, mas deixa aberta uma enorme brecha para que empresários eleitos continuem faturando dinheiro público em contratos com os governos que tocam.
No final do mandato, o político volta para a empresa, que seguramente estará mais rica, assim como o político, que não deixa de receber seus dividendos. Tenho dito!
*Toni Duarte é Jornalista e editor do Radar-DF, com experiência em análises de tendências e comportamento social e reconhecido nos meios jornalísticos e políticos da capital federal. Siga o #RadarDF