Apesar da campanha já ter acabado com a vitória de Ibaneis Rocha(MDB), governador reeleito do DF, alguns setores ligados ao PT, PV e Psol, partidos derrotados na disputa pelo Buriti, instem em jogar pedra no governo local, pelas longas filas do Cras (Centros de Referência de Assistência Social). No entanto, o apedrejamento tem prazo de validade. Vai até o final de dezembro desse ano.
Após isso, se calarão com a entrada do novo governo federal, sob o comando do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Não porque Lula resolverá o problema, no primeiro dia de governo, como a maioria dos candidatos prega durante uma campanha eleitoral.
A oposição a Ibaneis vai calar a boca por não ser incoerente tocar em um assunto, cuja responsabilidade passará ser de Lula, como presidente da República.
Lula terá que melhorar a eficiência do sistema do Cadastro Único, responsáveis pela inscrição das famílias vulneráveis, e porta de entrada de programas assistenciais do governo federal.
Ele, que se diz o paladino do combate a fome, não deixará que o Ministério da Cidadania, pasta responsável pelo cadastro único, continue a expôr milhares de brasileiros à humilhação, em todo o país.
O problema das filas do Crass, é, sim, do governo federal e não do governo local, como o PT e PV e Psol do DF tentam fazer a população acreditar.
E tem mais: as filas vão continuar, por um longo período, caso o governo Lula resolva implantar a descontinuidade dos programas sociais, como fez na transição do governo de Fernando Henrique Cardoso(PSDB) para o governo do PT (2003-2006).
Os programas sociais de FHC foram batizados por Lula com o nome de Bolsa Família e rebatizado por Bolsonaro, como Auxílio Brasil. É quase certo que o auxílio voltará a ser Bolsa Família por pura questão de marketing.
A situação das imensas filas na portas dos Crass de todo o país, incluindo os estados e municípios governados pelo PT, não é e nunca foi dos governadores e prefeitos.
A máxima culpa é do governo federal.
Apesar disso, os gestores dos entes federativos buscaram inúmeras alternativas com o objetivo de diminuir as filas em seus respectivos Estados e no Distrito Federal.
A situação da fome se agravou com a pandemia e pelo desemprego. Para mitigar os impactos, de uma vez só, o GDF implementou seis programas de transferência de renda que integram o Plano DF Social, com foco na superação da pobreza. Veja Aqui.
No caso do DF, o governador Ibaneis Rocha pediu na última segunda-feira (7), ao Banco de Brasília (BRB), para atuar em conjunto com a Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes), no atendimento aos beneficiários de programas sociais.
Como se vê, há um esforço hercúleo por parte de Ibaneis, para acabar com as filas do Cras e ajudar aos mais necessitados.
A partir de 1º de janeiro de 2023, à esquerda do DF e do Brasil, fechará a boca por se transformar em telhado de vidro que pode se estilhaçar, caso não cumpra com o que prometeu em campanha, para chegar ao Poder.
*Toni Duarte é Jornalista e editor do Radar-DF, com experiência em análises de tendências e comportamento social e reconhecido nos meios jornalísticos e políticos da capital federal. Siga o #radarDF