Ainda está cheio de incertezas do que pode acontecer nos próximos seis dias, que faltam para o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva tomar posse e subir a rampa do Palácio do Planalto, para governar o país pelos próximos quatro anos.
Tanto o governador reeleito Ibaneis Rocha(MDB),quanto o novo ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino(PSB), vão contar com a experiência e firmeza, do até agora ministro da Justiça do governo Bolsonaro, Anderson Torres.
O senador eleito e ex-governador do Maranhão, foi demovido da ideia de endurecer contra o atual ministro Anderson Torres, de não o liberá, por exemplo, para ocupar cargos em estruturas fora da PF.
O Ministério da Justiça e Segurança Pública, é a pasta responsável pela Polícia Federal, onde Anderson Torres é delegado de carreira.
Flávio Dino chegou a conclusão que Torres pode ajudar, em muito, a melhorar o clima tenso que permeia os dias que antecedem a posse do presidente Lula.
A partir do dia 1º de janeiro, Torres voltará a ser o secretário de Segurança Pública do Distrito Federal e terá pela frente a árdua missão, de trabalhar firme, para apaziguar os ânimos políticos, acirrados desde a eleição de outubro que resultou com a derrota do presidente Jair Bolsonaro(PL) e a vitória do petista Luiz Inácio Lula da Silva(PT).
O órgão de Segurança Pública do DF, é a pasta responsável para manter a ordem e a lei e garantir a integridade física dos Poderes da República, além das 131 Embaixadas espalhadas pela capital federal.
Os movimentos contrários, aos resultados das urnas, continuam aquartelados em frente ao Quartel-General de Brasília.
Nos últimos dias, os órgãos que compõe as Forças de Segurança do DF, redobraram as atenções diante de algumas ações violentas, como as que causaram a tentativa de invasão da sede central da Polícia Federal, na Asa Norte, a depredação de uma delegacia da Polícia Civil, além da queima de veículos no centro de Brasília, por um grupo de vândalos que se autodefiniu como bolsonarista.
Na semana passada o estado de tensão aumentou com a tentativa de um ato terrorista de explodir um caminhão-tanque, cheio de querosene de aviação, no Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek, em Brasília.
Artefatos explosivos também foram encontrados pela polícia no Gama, cidade do Distrito Federal.
O bolsonarista George Washington de Oliveira, 54 anos, foi preso pela Polícia Civil no último sábado (24). Ele confessou ter montado o artefato explosivo.
No apartamento alugado por ele, no Sudoeste, região central do Distrito Federal, as autoridades policiais encontraram um arsenal de armas de grosso calibre, centenas de munições e uniformes camuflados.
No apartamento, também foram encontradas outras cinco bananas de dinamite.
O quadro até o dia 1º de janeiro segue preocupante em meio ao sistema de segurança pública da capital federal, bem como preocupa o futuro ministro da justiça do governo Lula, que foi obrigado a replanejar o esquema de segurança em torno do presidente eleito.
O anúncio de Anderson Torres, atual ministro da Justiça até sábado(31), para chefiar a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF), a partir do próximo dia 2 de janeiro, foi feito ontem pelo governador Ibaneis.
Anderson Torres estava contado para assumir a pasta de Segurança Pública do governo paulista, a convite do governador eleito, Tarcísio de Freitas(PL).
Tarcísio foi ministro da infraestrutura do governo Bolsonaro.
No entanto, Torres optou por continuar em Brasília, para comandar pasta que dirigiu por dois anos, antes de ser ministro de Jair Bolsonaro.
Anderson Torres se tornou uma figura pública que transita muito bem no meio bolsonarista.
O nome de Anderson Torres, como secretário de Segurança do DF, cuja obrigação é a de manter a ordem, cuidar da segurança de todos e de combater criminalidade, foi uma escolha acertada do governador brasiliense.
Ambos precisam continuar mantendo a paz em Brasília e aos mesmo tempo garantir o direito de manifestação, tão comum na capital da República, desde que não sejam movidas por ódio e por atos extremistas.
*Toni Duarte é Jornalista e editor do Radar-DF, com experiência em análises de tendências e comportamento social e reconhecido nos meios políticos da capital federal. Siga o #radarDF