Faltando apenas 24 dias para o fechar da janela partidária, regra estabelecida pela lei eleitoral, para quem deseja trocar de legendas, está fazendo a maioria dos partidos no DF, a entrar em desespero por não conseguir montar nominatas competitivas, principalmente para a disputa da Câmara Federal.
Partidos como PTB, Podemos, PSDB, PDT, Verde, PL, Cidadania, PSB e até o MDB sofrem pressão dos comandos nacionais que exigem deles que elejam deputados federais, sonho de consumo dos partidos para continuar abocanhando o bilionário fundo partidário.
A estratégia dos dirigentes partidários do DF, bem como dos que desejam se filiar, deve ser estendida até a última hora para a troca de partidos, cuja janela se fechará no dia 1º de abril.
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No PTB, o desespero é grande pela falta de nomes que possam se aliar ao projeto de José Gomes, presidente da legenda, em torno da sua candidatura a deputado federal, mesmo que seja uma mera manifestação de desejo.
Há quem diga que ele deixaria o comando do partido e migraria para outro no último minuto da janela partidária.
No entanto, a assessoria do PTB nega que o partido, na altura do campeonato, esteja sem a sua nominata formada, tanto para o campo federal como para o distrital.
Sustenta ainda que Gomes não abandonará o partido, já que ele acabou de ser reconduzido pelo comando nacional, na presidência da legenda local.
O Podemos, que deve lançar a candidatura do senador Reguffe ao Buriti, segue na mesma situação, sem nomes algum para a disputa de federal.
O Professor Pacco, o nome mais emblemático do partido, no DF, jogou a toalha e não é mais candidato a nada.
O PP, comandado pela deputada Celina Leão, tem nomes como o do ex-deputado federal Rogério Rosso, mas segue no compasso de espera por mais outros que possam deixar a legenda mais robusta na disputa proporcional.
O PL do ex-governador José Roberto Arruda, também vive a expectativa de melhorar a sua nominata para federal até o fechamento da janela partidária.
A deputada bolsonarista Bia Kicis deve assinar a sua filiação no partido arrudista. No entanto, a legenda precisa de mais nomes com potencial.
O Republicanos, partido da Igreja Universal, tem nomes como o deputado federal Júlio Cesar e Gilvan Máximo, secretário de Ciência e Tecnologia do governo Ibaneis.
A turma torce pela vinda do deputado federal Luís Miranda que está balançado se disputa pelo DF ou por São Paulo.
O PSB, pelo jeito que vai, pode nem eleger o ex-governador derrotado de 2018, Rodrigo Rollemberg. Ele anunciou a sua candidatura a deputado federal esse ano.
O próprio Rollemberg diz que a federação do PSB com o PT não deu jogo.
No DF, o PSB não tem quadro competitivo para buscar 180 mil votos nas urnas, que a legenda precisa para fazer um deputado, no caso RR.
A saída da senadora Leila do Vôlei, do Cidadania, deixou o partido no DF quebrado e na bancarrota.
O único nome apontado na nominata, para deputado federal, era do ex-governador e ex-senador Cristovam Buarque.
Sem gente para compor a lista, Buarque resolveu encerrar a carreira política para ser mero cabo eleitoral de Reguffe.
Já o MDB, partido presidido pelo presidente da Câmara Legislativa, Rafael Prudente, também enfrenta dificuldades na construção de sua nominata para deputado federal.
De acordo com aliados mais próximos, o próprio Prudente já tem dúvidas se segue o projeto para a Câmara Federal ou se recua saindo mesmo a distrital.
Como se ver, até o dia 1º de abril, a agonia das legendas no DF se intensificarão em torno das disputas proporcionais.
*Toni Duarte é Jornalista e editor do Radar-DF, com experiência em análises de tendências e comportamento social e reconhecido nos meios jornalísticos e políticos da capital federal. Quer saber mais? Clique aqui