Radar Político/Opinião DIREITO DE RESPOSTA

Radar Político/Opinião Por Toni Duarte Por dentro dos bastidores da política brasiliense.

O ASSUNTO É

Lula não é Dilma: Sabe fazer afagos para engavetar pedido de Impeachment

Publicado em

Ao sentir a movimentação dos partidos de oposição, que conseguiram 140 assinaturas com  o pedido de impeachment na Câmara Federal, Lula organizou um banquete no Palácio da Alvorada para Arthur Lira (PP) e líderes da base governista.

Oficialmente, o rega-bofe aconteceu como um gesto de Lula para aproximar mais o governo da Câmara.

Além da mesa farta oferecida aos deputados, o cardápio incluiu muitos assuntos de extremo interesse para ambos os lados, como a liberação de emendas parlamentares e a aprovação de projetos pendentes de interesse do governo.

No entanto, o assunto indigesto que dominou a noite do Alvorada foi o pedido de impeachment protocolado horas antes pela oposição liderada pela deputada bolsonarista Carla Zambelli (PL-SP).

Ocorre que o PT de hoje, com Lula no comando do Planalto, não é como o PT da presidente Dilma Rousseff reeleita em 2014, que terminou fora do cargo um ano depois.

Isso tudo porque não soube dialogar com o então presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, que enfrentava na época uma investigação do Ministério Público Federal, com processo tramitando no STF.

Cunha era acusado de ocultar  5 milhões de dólares em contas secretas na Suíça.

Ele chegou a negociar com Dilma, pedindo a ela que demovesse os deputados petistas Léo de Brito (AC), Zé Geraldo (PA) e Valmir Prascidelli (SP), que integravam o Conselho de Ética na época, de votarem pela sua cassação.

Dilma não moveu uma palha. Fez-se de muda-surda. Cunha se tornou o “malvado favorito” ao acatar o pedido de abertura de processo de impeachment da então “presidenta” em dezembro de 2015.

Voltando à atualidade, até na semana passada, Planalto e Câmara (subentende-se, Lira) viviam às turras por falta de entendimento.

Emendas dos deputados estavam travadas, principalmente neste ano de eleições municipais, e como resposta projetos de interesse do governo estavam encalhados.

A fala de Lula, que comparava as operações militares de Israel na Faixa de Gaza ao Holocausto, caiu como uma luva para inflamar a oposição com um pedido de impeachment do presidente.

O documento com 140 assinaturas foi protocolado junto à mesa diretora da Casa.

Lula sabe que não pode desconsiderar Arthur Lira. Só ele tem o poder de acatar ou não o pedido. A festança na noite de quinta-feira serviu para muitos acertos de contas que beneficiam os dois lados.

Afinal, Lula não é Dilma, e Lira não é Cunha.

*Toni Duarte é jornalista e editor/chefe o Radar-DF, com experiência em análises de tendências políticas e comportamento social da capital federal. Siga o #radarDF

Siga o perfil do Radar DF no Instagram
Receba notícias do Radar DF no seu  WhatsApp e fique por dentro de tudo! Entrar no grupo

Siga ainda o #RadarDF no Twitter

Receba as notícias de seu interese no WhatsApp.

spot_img

Leia também

Novos beneficiários do DF Social têm até o dia 26 para abrir conta no BRB

Para receber o auxílio mensal de R$ 150, a Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes-DF) selecionou...

Mais Radar

Justiça impõe multa milionária e demolição ao Condomínio RK

O Condomínio RK está condenado a pagar multa estratosférica que pode chegar a R$ 74 milhões por danos ambientais. O juiz ordena ainda a demolição do parcelamento irregular e a recuperação da área. Para os entendidos no assunto, a decisão ultrapassa os limites da razoabilidade.

Na boca do povo! Ibaneis revoluciona a cidade do Jardim Botânico

Em 2018, no "Senadinho da Boca do Povo", fórum criado pelo RadarDF, Ibaneis Rocha firmou compromissos com líderes do Jardim Botânico, prometendo investir os impostos locais em infraestrutura e regularizar os condomínios da região. As promessas estão se concretizando.

PEC da redução de jornada: Avanço ou retrocesso econômico do país?

A PEC que reduz a jornada de trabalho traz benefícios para os trabalhadores, mas pode agravar o desemprego, principalmente na região Norte e Nordeste do país. Apesar das novas tecnologias, o Brasil não preparou adequadamente sua força de trabalho para as demandas do futuro.

Caso do homem-bomba sobra para Bolsonaro e detona com projeto de anistia

As bombas jogadas contra a estátua da Justiça, terminaram caindo sobre o colo de Bolsonaro com aceleração de investigações da PF sobre outros casos. As bombas de Wanderley também enfraqueceram o movimento pela anistia aos envolvidos no 8 de janeiro.

Terror contra os símbolos da República continua sendo uma ameaça

Francisco Wanderley havia anunciado em uma rede social que planejava executar um atentado em Brasília. Havia um dia e hora definidos. Às 19 horas desta quarta (13), ele concretizou a ameaça sem que a Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) desse uma resposta rápida para impedi-lo.

Últimas do Radar Político

O Radar DF não permite essa ação

»
»