O manjado filme, reeditado por José Roberto Arruda, que forçou o então candidato pelo seu partido, Jofran Frejat, abandonar a corrida eleitoral em 2018, não causou nenhuma estranheza e nem surpreendeu o governador Ibaneis Rocha que segue imbatível para a reeleição.
O roteiro do filme é o mesmo. O “mocinho”, no caso o próprio Arruda, termina dando tiro no próprio pé.
Nesta quarta-feira(14), o prazo estabelecido por Ibaneis Rocha para fechar definitivamente a sua chapa majoritária, foi cumprido.
As portas da aliança foram fechadas para o PL local, partido que tem como presidente a deputada Flávia Arruda.
Ela chegou na casa de Ibaneis, no Lago Sul, antes do “almoço-reunião” que contou com a presença de todos os presidentes partidários da base aliada.
Flávia não trouxe o que havia prometido: um vídeo com declarações de José Roberto Arruda, afirmando que o PL, continuava na base de apoio a reeleição do governador.
O plano de Flávia era pedir a Ibaneis mais tempo para pensar.
Um pedido impossível de ser atendido, diante das definições que deveriam ser tomadas pelo governador para o anúncio da composição de sua chapa majoritária.
Presentes a reunião, o empresário Paulo Octávio(PSD) e Bispo Renato(PL) serviram de interlocutores de Arruda.
“Vocês confiam nele”, perguntou Ibaneis.
“Nem atravessando a rua”, retrucou PO.
“Nem orando”, completou Bispo. A conversa encerrou por aí.
A vaga de vice foi preenchida pela deputada Celina Leão, presidente do PP local.
Já para o Senado, a vaga permaneceu aberta para Flávia Arruda, como havia sido acordado em dezembro do ano passado, até as 18 horas de ontem.
Era a última chance dela pegar ou largar, já que o marido, o ex-governador José Roberto Arruda, que também é do PL, declaradamente vinha fazendo campanha para o Buriti.
Ela foi substituída pela ex-ministra Damares Alves (Republicanos), sob os aplausos dos bolsonaristas.
O presidente Jair Bolsonaro comemorou a decisão de Ibaneis.
A queda política de Flávia Arruda, provocada pelo próprio marido, ocorre no momento que ela estava muito bem avaliada nas pesquisa ao lado de Ibaneis, para ser eleger senadora da República nas eleições de outubro.
Com o novo cenário ela fica impedida de concorrer para esta vaga a não ser como deputada federal ou sair da vida pública.
A situação de desconforto também atingiu o coração do PL, no Distrito Federal.
Bispo Renato, membro da executiva do partido e ex-administrador de Taguatinga, que se descompatibilizou em maio do cargo, para tentar uma vaga na CLDF, disse que a direção da legenda ainda vai se reunir para avaliar a situação.
A maioria dos candidatos que compõe as nominatas do PL, passou pelo governo Ibaneis Rocha e continua com seus prepostos no governo.
O Diário Oficial do Distrito Federal, desta quinta-feira, começou a ser o site mais visitado pelos que “arrudiaram”. A caneta vai continuar metendo tinta.
*Toni Duarte é Jornalista e editor do Radar-DF, com experiência em análises de tendências e comportamento social e reconhecido nos meios jornalísticos e políticos da capital federal. Siga o #RadarDF
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