Não é a primeira vez que pesquisas realizadas pelo Ibope, hoje conhecido como IPEC, contratado pela Rede Globo, usa de artimanhas na tentativa de influenciar os rumos das eleições, modus operandi que ocorre sempre nas duas semanas, antes de cada pleito eleitoral no país.
A pesquisa do IPEC, que antes se chamava IBOPE, divulgada na quarta-feira(21), é uma demonstração de que a grosseira manipulação de números e a tentativa de influenciar os resultados vão continuar, principalmente onde candidatos a governador, são aliados de Jair Bolsonaro(PL), como no caso de Ibaneis, no Distrito Federal.
O IPEC/TV Globo destoou dos resultados anteriores e de levantamentos feitos por outros institutos de pesquisas, em que Ibaneis Rocha, candidato a reeleição, vem mantendo a sua liderança acima dos 45% de intenções de votos.
De forma drástica, o IPEC, reduziu Ibaneis para 40% e faz crescer, como mágica, o candidato Leandro Grass (PT/PV/PCdoB), que antes não passava de 8%, para 13%.
É como se tivesse tirado cinco pontos percentuais de Ibaneis e colocado em cima dos oito de Grass, para chegar a 13%.
No caso de Bolsonaro, a pesquisa anterior do Ipec, do Distrito Federal, divulgada no último dia 6, apontou o presidente com 42% e Lula(PT) 29%.
Agora, Bolsonaro foi reduzido pela pesquisa global para 39% e encheram a bola de Lula para 34%, forçando um empate técnico entre os dois no DF.
A maquiada dos números, para tentar influir nos pleitos eleitorais, são modus operandi de alguns institutos de pesquisas, cuja tendencia é caírem na vala do descrédito, como o ex-Ibope que virou Ipec.
Foi assim, em 2018, no DF. O Ibope apontava que Eliana Pedrosa passaria para o segundo turno, mas no fim, a disputa ficou entre Ibaneis Rocha(MDB) contra Rodrigo Rollemberg (PSB). O instituto contratado da Globo, errou feio.
Se voltarmos os olhos para as eleições de 1998, o Ibope, agora Ipec, chegou a manipular descaradamente o resultado de uma pesquisa na véspera da eleição para o Buriti.
O Instituto dava como certa a vitória do petista Cristovam Buarque (52%) sobre o emedebista Joaquim Roriz(48%), que levantava multidões com a sua “onda azul”, nas ruas.
O próprio Carlos Montenegro, dirigente do Ibope, foi para a televisão antecipar os resultados.
Chegou a fazer um desafio, ao vivo, que o Ibope ficaria duas eleições, sem fazer pesquisa, em Brasília, caso o resultado fosse ao contrário.
No final daquela noite, as urnas deram a vitória a Roriz. O Ibope ficou desmoralizado. Lembra?
O IBOPE, hoje IPEC, fechou as portas em 2021, após uma série de revezes em levantamentos eleitorais, sobretudo nas eleições de 2018 e 2020, os quais levaram o viciado instituto ao buraco pela falta de credibilidade.
É notório que por trás do Ipec, sob o comando da presidente Márcia Cavallari, existem interesses nada republicanos da TV Globo e de suas afiliadas nos estados e no Distrito Federal.
Na próxima semana o instituto global irá divulgar a sua última pesquisa.
É bom ficar de olho nos números e compará-los com o resultado das outras pesquisas e das próprias urnas.
*Toni Duarte é Jornalista e editor do Radar-DF, com experiência em análises de tendências e comportamento social e reconhecido nos meios jornalísticos e políticos da capital federal. Siga o #RadarDF