O senador Reguffe, que anunciou ontem(25), a sua pré-candidatura ao governo do Distrito Federal, jurou que não irá receber “dinheiro sujo”, mas não se importa em torrar, em sua campanha, uma boa fatia do bilionário e imoral fundo partidário, bancado pelo cofres públicos.
Para quem passou os últimos 16 anos no mandato parlamentar, fazendo economia de palitos, renunciando em nome da honestidade e transparência, as verbas de gabinete e até plano de saúde, o senador Reguffe inovou o seu modo de pensar se dobrando aos encantos de seus endinheirados investidores.
Chegou a votar contra o projeto da criação do fundão eleitoral de quase R$ 5 bilhões, para bancar a corrida às urnas neste ano, com o discurso de que, ao final, quem pagaria a conta seria a já empobrecida população. Fez campanha contra o fundão por meio de suas redes sociais.
Ontem, ao anunciar a sua pré-candidatura ao Buriti, Reguffe deixou de ser uma esfinge e revelou de uma vez por toda, sem menor pudor, a outra face escondida.
Ele não vai abrir mão de uma boa fatia dos mais de R$ 733 milhões do fundo partidário que coube ao seu partido, o União Brasil.
Vai gastar um caminhão de dinheiro público do Fundão Eleitoral, que até pouco tempo dizia ser um “assalto ao bolso do contribuinte”.
Dizia ainda que o dinheiro que pertence ao contribuinte brasileiro, iria bancar as aventuras eleitoreiras e alimentar os donos de partidos, como Luciano Bivar, presidente da legenda que hoje é filiado.
“São recursos que saem dos cofres públicos e deveriam ser investidos nas prioridades da população”, dizia ele no passado.
Hoje, além de ser alimentado pelo dinheiro publico, Reguffe vai para uma disputa ao GDF sem nenhum programa de governo, e tenta querer mais: além do dinheiro do fundão, quer ainda que o eleitor, que não só vote nele, mas também coloque duplamente a mão no bolso e financie sua campanha em pequenos valores.
Jogou uma “pegadinha fake” no ar, ao afirmar que não aceitará o “dinheiro sujo” dos seus companheiros partidários, com quem fez pactos de sangue.
Nesse ponto, o discurso de Reguffe se torna pra lá de duvidoso, já que nas “negociatas políticas” , amarradas com os empresários Luiz Pitmam e Felipe Belmonte, não haverá almoço de graça.
Caso se eleja, terá que pagar a conta, outra vez, com o dinheiro do povo.
*Toni Duarte é Jornalista e editor do Radar-DF, com experiência em análises de tendências e comportamento social e reconhecido nos meios jornalísticos e políticos da capital federal. Siga o #RadarDF
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