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Radar Político/Opinião Por Toni Duarte Por dentro dos bastidores da política brasiliense.

O ASSUNTO É

CPI das Bets: Circo no Senado e Virgínia Fonseca roubando a cena

Publicado em

A CPI das Bets, no suntuoso Senado Federal, onde as leis e a seriedade do país deveriam prevalecer soberanamente, protagonizou um reality show nesta terça-feira (13).

Sob os holofotes, a influenciadora Virgínia Fonseca, com seus mais de 53 milhões de seguidores no Instagram, entrou em cena como a estrela para ser inquirida por  uma comissão parlamentar de inquérito que, até então, parecia condenada ao esquecimento.

Acompanhada pelo marido, o cantor Zé Felipe, Virgínia Fonseca transformou o plenário em um verdadeiro camarim de celebridade.

A CPI das Bets, que investiga o impacto das apostas online nas finanças das famílias brasileiras e as conexões com crimes como lavagem de dinheiro, parecia mais interessada em garantir likes do que em esclarecer qualquer coisa.

Convocada como testemunha para explicar acusações de que usa suas redes sociais para incentivar jovens a se aventurarem no mundo da jogatina, Virgínia foi safa, falou pouco.

Ao invés de inquirição, senadores preferiram a tietagem e momentos de selfies ao lado da musa das bets. 

Por exemplo: enquanto o país afunda em dívidas e o vício em apostas destrói lares, o senador Cleitinho Azevedo (Republicanos-MG), interrompeu a sessão para gravar um vídeo com a influenciadora, pedindo um “alô” para sua esposa e filha. 

A ironia é que a CPI, que deveria ser um farol de seriedade, parece ter sido desenhada para brilhar os holofotes sobre os próprios parlamentares.

Virgínia Fonseca, com seu habeas corpus concedido pelo ministro Gilmar Mendes, que a autorizava a ficar em silêncio sobre qualquer pergunta incriminatória, não precisou de muitas palavras para dominar a cena.

Respondeu o que quis, negou a existência de uma “cláusula da desgraça” em seus contratos, e ainda jogou a responsabilidade para os senadores.

Enquanto a CPI patina sem rumo, Virgínia Fonseca saiu do Senado com um saldo de três milhões de novos seguidores em suas plataformas, um crescimento que nem a mais otimista das campanhas publicitárias poderia sonhar.

A sessão, transmitida ao vivo, virou um evento pop, com senadores disputando espaço para posar ao lado da influencer e funcionários do Senado formando filas para um aperto de mão.

Enquanto isso, as bets continuam lucrando, as famílias continuam no vício da jogatina e  endividadas, e o Senado ganhando uns minutos de fama. Que País é este?

*Toni Duarte é jornalista e editor/chefe o Radar-DF, com experiência em análises de tendências políticas e comportamento social da capital federal. Siga o #radarDF

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