Não havia outra alternativa. O sindicalista Gutemberg Fialho, presidente vitalício do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal, foi forçado a encerrar definitivamente, nesta sexta-feira (27), a greve ilegal que gerou caos no sistema de saúde pública do DF, agravando o sofrimento da população carente que depende do SUS.
A assembleia geral ocorreu na sede do sindicato, onde Gutemberg tentou justificar o fim do movimento, acatando a determinação judicial sob risco de prisão de todos os diretores por crime de desobediência, conforme estabelecido nos artigos 330 e 331 do Código Penal.
Segundo a lei, a desobediência a ordens judiciais pode acarretar de 15 dias a seis meses de prisão, além de multa.
Foi essa ameaça que levou Gutemberg Fialho a encerrar rapidamente a greve.
Além do fracasso da paralisação, sem resultados concretos, a multa de R$ 3,6 milhões esvaziou os cofres do sindicato, que não dispõe dessa quantia.
Para saldar a dívida, Gutemberg torce para que o imposto sindical acumulado de R$ 6 milhões, ao qual a entidade tem direito, seja liberado quanto antes.
Com tantos prejuízos causados por uma greve de caráter político, a valorosa categoria médica do DF precisará rever suas escolhas e, nas próximas eleições, para a presidência do Sindmédico.
Afinal, o grupo liderado por Fialho domina a entidade há mais de 20 anos.
“Chega de gute, gute”, já diz a nova geração de profissionais dos jalecos brancos.