Radar Político/Opinião DIREITO DE RESPOSTA

Radar Político/Opinião Por Toni Duarte Por dentro dos bastidores da política brasiliense.

O ASSUNTO É

Alteração da Ficha Limpa: Sonho de Arruda esbarra em Bolsonaro e Cunha

Publicado em

A proposta de alteração da Lei da Ficha Limpa, tão desejada pelo ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda, enfrenta um obstáculo político que pode prejudicar suas expectativas.

O Projeto de Lei Complementar (PLP) 192/2023, que se encontra no Senado, torna o prazo de inelegibilidade em oito anos a partir da condenação ou perda do mandato e estabelece um limite de 12 anos.

Isso beneficiaria Arruda, permitindo sua candidatura às eleições de 2026.

No entanto, há duas pedras no meio do caminho. A base governista, alinhada ao presidente Lula, não cede à aprovação para impedir que dois nomes indesejados, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-deputado Eduardo Cunha, sejam agraciados, o que pode atrapalhar o sonho de Arruda.

José Roberto Arruda, figura central do “Mensalão do DEM”, viu sua carreira desabar depois do escândalo de 2009.

Afastado do governo do Distrito Federal em 2010, enfrentou acusações que o fizeram inelegível sob a Lei da Ficha Limpa.

Em 2014, foi condenado por improbidade administrativa pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal, com a sentença confirmada em segunda instância, e por dispensa irregular de licitação na reforma do Ginásio Nilson Nelson (5 anos de prisão).

Em 2017, uma pena de sete anos e nove meses por falsidade ideológica e corrupção passiva. Se aprovada a alteração da lei da ficha limpa, o político brasiliense estará livre para voar.

Considerando os 8 anos a partir de 2010, quando deixou o cargo, ou 2014, quando ocorreu a primeira condenação, ele teria a elegibilidade antes de 2026.

No entanto, este mesmo texto poderia favorecer outros nomes, criando um conflito político, sobretudo entre a esquerda.

Jair Bolsonaro, inelegível até 2030 por abuso de poder nas eleições de 2022, poderia voltar antes, dependendo de interpretações judiciais.

Eduardo Cunha, ex-deputado federal em 2016 e arquiteto do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), estaria elegível em 2026, uma vez que os 8 anos desde sua cassação terminariam em 2024.

Ambas as figuras, que são amplamente rejeitadas pela base governista do PT e seus aliados, tornam o PLP um campo de batalha em constante expansão.

A bancada petista, que apoiou o texto na CCJ em 2024, recuou, propondo emendas para evitar benefícios a Bolsonaro.

O governo Lula liberou a sua base para votar de acordo com a consciência, mas líderes como o senador Jaques Wagner (PT-BA) estão apreensivos a qualquer medida que fortaleça adversários históricos.

Cunha, “carrasco” de Dilma, e Bolsonaro, maior rival de Lula, são vistos como riscos para o projeto político da esquerda.

O PT teme que a oposição, liderada pelo PL, use o PLP para pavimentar o retorno de seus expoentes, enquanto partidos como o PSDB e o União Brasil, que poderiam apoiar Arruda, hesitam diante da polarização.

O pedetista Weverton Rocha, relator, busca consenso, mas os adiamentos sucessivos, o último no mes passado, indicam a falta de acordo.

Sem evidências de que Arruda esteja fazendo lobby direto, o ex-governador mantém a discrição desde as condenações e seu sonho depende de ajuda de outros.

Se o PLP for rejeitado ou alterado para excluir a retroatividade, Arruda permanecerá inelegível, impossibilitando sua volta em 2026.

*Toni Duarte é jornalista e editor/chefe o Radar-DF, com experiência em análises de tendências políticas e comportamento social da capital federal. Siga o #radarDF

Siga o perfil do Radar DF no Instagram
Receba notícias do Radar DF no seu  WhatsApp e fique por dentro de tudo! Entrar no grupo

Siga ainda o #RadarDF no Twitter

Receba as notícias de seu interese no WhatsApp.

spot_img

Leia também

Barra elogia Ibaneis por avanços na regularização de condomínios do JB

Em reunião com a AJAB, Antonio Barra, administrador do Condomínio Mini-Chácaras, ao lado do presidente Toni Duarte, elogia o governo Ibaneis Rocha como o mais dedicado à regularização dos condomínios do Jardim Botânico pós o período Rorizista.

Mais Radar

Jane Klebia convoca jornalistas para se posicionarem contra racismo

Deputada distrital, Jane Klebia, negra e ex-delegada, lidera a luta contra racismo e machismo, celebrando o Dia da Imprensa e pedindo o engajamento de jornalistas éticos na defesa da democracia e igualdade.

Deputado Rogério exalta lealdade a Ibaneis e Celina Leão para 2026

Rogério Morro da Cruz reafirma lealdade à base aliada de Ibaneis Rocha e Celina Leão para 2026, mesmo com a fusão do PRD ao Solidariedade, destacando o compromisso com o desenvolvimento do DF e a eleição de ambos.

Gatunagem no INSS derruba popularidade de Lula e sinaliza derrota em 2026

Lula teme derrota em 2026 com desaprovação recorde de 57%, impulsionada pelo escândalo de R$ 6 bilhões roubados de aposentados no INSS, sem punições ou devoluções, abalando sua base eleitoral.

Eles fazem “código de silêncio” contra roubo de R$ 6 Bi dos aposentados

Omertà política no DF: Gabriel Magno, Chico Vigilante, Ricardo Vale, Fábio Félix, Max Maciel, Erika Kokay, Reginaldo Veras e Leila do Vôlei calam-se diante do roubo de R$ 6,3 bi dos aposentados, o maior assalto contra os idosos do Brasil.

Porrada e calote: era assim que PT e PSB tratavam professores do DF

Governos de Agnelo (PT) e Rollemberg (PSB) trataram os professores com calotes e repressão. Um período desastroso para os servidores públicos e para a população do DF, marcado por abandono e autoritarismo.
- PUBLICIDADE -

Últimas do Radar Político