O abre alas para que o presidente Luis Inácio Lula da Silva(PT), passasse e seguisse em direção ao governador do Distrito Federal Ibaneis Rocha(MDB), durante o ato de assinatura do reajuste salarial de 18% parcelados às Forças de Segurança do DF, ocorrido sábado (22) no Palácio do Planalto, ganhou esta semana as mais diversas leituras dos bastidores políticos da capital federal.
Ficou evidente que o gesto de Lula estava muito além do simples ato solene que serviu para valorizar policiais militares, policiais civis e bombeiros militares, por meio de uma concessão salarial negada, ao longo dos anos pela União, principalmente pelo ex-Jair Bolsonaro.
Se o petismo do DF prefere não entender o pragmatismo de Lula, em relação ao governador Ibaneis, ao convidá-lo a sentar-se ao lado de autoridades do primeiro escalão do governo, para os políticos com visão mais ampla, o gesto do presidente da República contem muitos significados e sugere diferentes leituras.
A primeira delas tem muito a ver como sendo um pedido de desculpas pelo julgamento precipitado feito pelo presidente, ao culpar Ibaneis pelos atos de 8 de janeiro, cujas investigações da Polícia Federal e do MPF apontaram ao contrário, inocentando o governador.
Outra leitura é de que Ibaneis Rocha, é mais popular no DF do que o presidente Lula, conforme apontou o Instituto Paraná Pesquisa em maio desse ano.
A maioria dos cidadãos entrevistados aprovou a gestão Ibaneis, somando 63,6% dos entrevistados. Outros 32,2% desaprovaram o governo do emedebista.
No que diz respeito ao governo federal, a maioria (50,5%) desaprovou a gestão Lula. Outros 45,% aprovaram a administração petista.
Quanto à avaliação do governador, grande parte considerou as ações de Ibaneis como ótimas ou boas, somando 46,8%. No governo Lula, esse número foi de 31,9%.
Os dados revelam que a popularidade de Ibaneis estar lincada às centenas de entregas que vem fazendo deste o primeiro mandato até a presente data.
Por tanto é falso o alarde, como o clube dos derrotados gosta de disseminar, que Ibaneis é “bolsonarista” e que foi reeleito pela “extrema-direita” da capital federal.
Para início de conversa o emedebista teve como maior opositor da sua reeleição, o próprio presidente Jair Bolsonaro, ao tentar implodir a chapa majoritária, chegando a lançar outras candidaturas ao Buriti, embora sabendo que o seu partido, o PL, tivesse a deputada Flávia Arruda como candidata do governador ao Senado Federal.
Ela foi prejudicada pelo bolsonarismo a quem serviu como ministra.
Vale lembrar ainda, que não há qualquer registro da campanha de 2022, de que a deputada Bia Kicis, atual presidente do PL, tenha subido com outros candidatos bolsonaristas como Damares Alves (Republicanos), Alberto Fraga(PL) e Fred Linhares(Republicanos) no palanque de Ibaneis. Estes bolsonaristas ficaram em cima do muro.
As aproximações cada vez mais estreitas entre Lula e Ibaneis também é uma leitura de que 2026, seja muito diferente do que os opositores raivosos aos dois mandatários, pensam.
*Toni Duarte é Jornalista e editor do Radar-DF, com experiência em análises de tendências políticas e comportamento social da capital federal. Siga o #radarDF