Ricardo Cappelli, ex-interventor das Forças de Segurança Pública do Distrito Federal e pretenso candidato ao Palácio do Buriti nas eleições de 2026, tem se destacado pelas gordas diárias recebidas através da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), sob a sua administração.
De acordo com a Folha de São Paulo, a ABDI paga até R$ 1.000 para viagens repentinas realizadas por Cappelli, muitas vezes com duração inferior a 24 horas.
Para piorar, o próprio dirigente aprova e autoriza seus pagamentos, um claro conflito de interesses que nos remete ao adágio popular da “raposa tomando conta do galinheiro”.
Em 2024, houve 25 pagamentos para Cappelli de idas e retornos no mesmo dia.
As diárias cobrem despesas como hospedagem em hotéis 5 estrelas, transporte para o destino, alimentação e outros mimos.
Cappelli coleciona inúmeras viagens ao Rio de Janeiro-RJ, a São Paulo-SP e várias outras para São Luís-MA.
O que chama a atenção é que, em todos os casos, os pedidos são feitos de última hora, com um intervalo de um a quatro dias entre a solicitação e a entrega.
Nos últimos dois anos, o governo federal teve um grande aumento nos gastos com diárias e viagens de autoridades.
Após um levantamento rápido no Portal da Transparência, se constata que a sangria do cofre público com despesas e deslocamentos de autoridades foi de R$ 1,73 bilhão em 2023.
Deste total, R$ 1,03 bilhão foram destinados ao pagamento de diárias, como as recebidas por Ricardo Cappelli, enquanto R$ 691 milhões foram gastos com passagens aéreas.
Além do aspecto financeiro, a farra das diárias é um problema ético e moral pelo descompasso entre os sacrifícios exigidos da população e o comportamento de parte das autoridades públicas.
Enquanto milhões de brasileiros enfrentam dificuldades econômicas, servidores viajam sem parcimônia, desfrutando de privilégios que parecem distantes da realidade da maioria.
Ricardo Cappelli, candidato ao governo do DF, é um desses privilegiados que confundem o público com o privado.