Em um intervalo de apenas 30 dias, duas decisões judiciais opostas marcaram a trajetória de Luciane Barbosa Farias, conhecida como a Dama do Tráfico do Amazonas.
Enquanto a Justiça Federal determinou que a União e o Estado do Amazonas indenizassem Luciane e seus três irmãos em R$ 200 mil cada, a Justiça Estadual determinou o contrário, condenando a criminosa à prisão.
A decisão favorável à traficante foi proferida em dezembro de 2023 pela magistrada Jaiza Maria Pinto Fraxe, da 1a Vara Federal Cível da Seção Judiciária do Amazonas.
Segundo a magistrada, a indenização se justifica devido à morte da mãe de Luciane durante a crise sanitária da Covid-19 em Manaus.
Além de Luciane, seus três irmãos também serão indenizados pelo mesmo valor, totalizando um prejuízo aos cofres públicos.
A decisão gerou uma grande repercussão no campo jurídico, uma vez que Luciane é apontada como uma peça fundamental no esquema financeiro do Comando Vermelho (CV) no Amazonas.
Em um movimento oposto da justiça federal, o Tribunal de Justiça do Amazonas (TJ-AM), por meio da juíza Rosália Guimarães Sarmento, expediu nesta quarta-feira (29) um mandado de prisão contra Luciane Barbosa Farias.
Ainda não há informações oficiais sobre o cumprimento da ordem judicial.
A criminosa foi condenada a dez anos de prisão pelo tráfico de drogas, organização criminosa e lavagem de dinheiro, crimes que vinham sendo investigados pelo Ministério Público do Amazonas.
De acordo com a denúncia do MP-AM, Luciane atuava como braço financeiro do Comando Vermelho, sendo responsável por ocultar, empregar e lavar dinheiro oriundo do tráfico de drogas.
Sua influência e atuação estratégica garantiram sua ascensão no mundo do crime, ao lado de seu marido, o também traficante conhecido como Tio Patinhas, líder do CV no Amazonas.
Só para lembrar: outro aspecto relevante e de grande repercussão envolvendo a traficante foi a sua proximidade com autoridades do Ministério da Justiça e Segurança Pública, ainda na gestão de Flávio Dino, atual ministro do STF.
Em 2023, a Dama do Tráfico esteve em duas audiências oficiais no MJSP, o que gerou um grande questionamento sobre as articulações da criminosa com o poder público. Relembre Aqui.