Síndicos, lideranças comunitárias e dirigentes de entidades da sociedade organizada do Jardim Botânico celebram um pacto de apoio total ao novo administrador João Lóssio durante o primeiro encontro com a comunidade, ocorrido na noite desta terça-feira (08/01), no auditório da Administração Regional da cidade
Por Toni Duarte//RADAR-DF
Uma demonstração de força e união. Esse foi o resultado da primeira reunião ocorrida entre os representantes do Jardim Botânico com o João Carlos Lóssio indicado pelo próprio governador Ibaneis Rocha (MDB) como administrador da maior cidade condominial do DF.
Pioneiro e morador do Jardim Botânico, o delegado aposentado da Polícia Civil e gestor público reiterou que fará uma administração compartilhada com os 70 mil moradores da região e disse que o governador Ibaneis Rocha terá um olhar diferenciado para o Jardim Botânico por ser uma espécie de Parceria Público Privada (PPP), a única de cunho popular no país e que nos últimos 30 anos nunca recebeu uma contrapartida do Estado.
Para Lóssio a participação da comunidade na administração popular é de grande importância para o desenvolvimento social e econômico da região.
“A comunidade, por meio de seus legítimos representantes, tais como os síndicos de condomínios, dirigentes de entidades e lideranças comunitárias, serão os grandes parceiros na busca pela melhoria da qualidade de vida da nossa região. Daqui pra frente o JB não terá apenas um administrador, mas 70 mil pessoas unidas em benefício da cidade”, disse ele.
Visão do Editor Radar
Por ser morador antigo da cidade, João Carlos Lóssio sabe que a maior bandeira de seus moradores passa pela total regularização fundiária da região.
O novo administrador é um de nós. Tem consciência plena de que não haverá o tão sonhado desenvolvimento econômico e social do Jardim Botânico, se ocorrer a descontinuidade do processo de regularização fundiária iniciada no final do governo Rollemberg, uma reivindicação de décadas da comunidade e impulsionado pela Lei Federal nº 13.465/2017.
A lei, fruto da luta dos moradores, no âmbito do governo federal, permite que milhares de moradores de todo o DF alcance a regularização ambiental, urbanística e fundiária de suas moradias próprias, podendo viver com dignidade, como verdadeiros cidadãos.
O Jardim Botânico não pode ser mais vítima do achincalhe público.
O que disse João Carlos Lóssio de que o governador Ibaneis dará um olhar diferenciado para a nossa comunidade, enche de esperança os moradores e a certeza de que o novo governo não irá percorrer o mesmo caminho tenebroso do governo anterior que passou a maior parte do tempo xingando os moradores de condomínios de grileiros e invasores.
No Jardim Botânico, cujos moradores construíram tudo e moram em uma cidade que mesmo não tendo um único posto policial, o índice de violência é zero em comparação as outras cidades do DF mergulhada na criminalidade e refém da violência.
Ninguém na cidade quer continuar vivendo em uma cidade onde o GDF, apesar de cobrar impostos, nega o direito dos contribuintes de ter alvará ou habite-se.
No ano passado, o GDF, ainda que de forma tímida, iniciou o processo de regularização fundiária baseado na Lei Federal nº 13.465/2017.
Dos 7.432 lotes colocados no processo de venda direta, como determina a lei, a Terracap faturou cerca de R$ 12 bilhões com a venda dos terrenos em apenas quatro condomínios.
Até a presente data, o GDF, por intermédio da Terracap, regularizou lotes de terrenos localizados nos Setores Habitacionais Jardim Botânico, São Bartolomeu e Vicente Pires.
Boa parte da população recebeu o título definitivo do seu lote de terreno e registrou perante o cartório imobiliário competente.
Se não houver a descontinuidade, na venda de lotes habitados, o novo governo pode faturar R$ 7 bilhões somente no Jardim Botânico sem falar nos 7.200 lotes da Arniqueiras e nos 25 mil lotes em Vicente Pires que a União pode passar para a Terracap.
O fato é que essa é uma pauta que não pode ser colocada como não prioritária e urgente pelo governador Ibaneis Rocha.
O Jardim Botânico não pode continuar sendo ignorado pelo Estado e pelos seus governadores de plantão.
Nos últimos 30 anos a maior “PPP Comunitária, a única no país, como bem pontuou João Carlos Lóssio, o povo bancou e continua bancando a maior parte de investimentos como água, iluminação pública, asfalto, coleta do lixo, segurança e pesados impostos, enquanto o Estado não fez nada.
Não se tem uma escola, creches, postos de saúde. Delegacia de Polícia Batalhão da PM e do Corpo de Bombeiros como qualquer cidade tem que ter. O comércio onde emprega milhares de pessoas sofre com as investidas dos fiscais da famigerada Agefis, multando os empreendedores por falta de alvarás de funcionamento. A maioria está quebrando e na dívida ativa.
Durante as campanhas eleitorais, todos prometem a regularização fundiária no primeiro dia do governo, mas em seguida, deixam pra lá. Foi assim no governo Agnelo, foi assim no governo Rollemberg, mas não pode ser assim no governo Ibaneis Rocha. Pelo menos é isso que se espera.
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