Golpe da grilagem: Terracap tenta vender terrenos que não lhe pertence. Se lascou!

Publicado em

Na maior cara de pau, diretores da Terracap tentaram vender sete lotes por R$14 milhões, por meio de um edital, publicado na última quinta-feira 30. No entanto, a venda não deu certo. O desembargador federal Sousa Prudente soube do esquema e determinou a suspensão da venda sob pena de multa pecuniária, no valor de R$50 mil por dia de atraso, se a empresa descumprir a referida decisão

Por Toni Duarte//RADAR-DF

A Terracap vai ter que devolver dinheiro por ter vendido terrenos que não lhe pertencia durante um leilão de imóveis ocorrido na última quinta-feira e retirar do edital a venda de sete lotes que não são de sua propriedade. A ordem foi do desembargador federal Souza Prudente do Tribunal Regional Federal da 1ª Região.

Os imóveis em questão são alvos de decisão judicial que não podem ser comercializados até a conclusão de uma perícia que vai determinar a delimitação da área, os valores e a garantia da ampla defesa dos envolvidos.

Na surdina, a Terracap, por intermédio do Edital 06/2018, publicado no Diário Oficial do DF, tentou, sem êxito, promover a Licitação Pública dos sete lotes de terrenos comerciais, sendo seis deles localizados no SHJB (Condomínio Parque e Jardim das Paineiras).

Todos estão  dentro da poligonal da Matrícula n° 131.112, de propriedade de Marcelo Franco de Avelar registrados no Cartório de Imóveis do 2º Oficio/DF.

Em outubro de 2017, a Terracap assinou acordo na Ação Judicial 634264420164013400 que tramita na Justiça Federal, dos 11 Condomínios com 1.225 lotes para venda direta e sem licitação.

O acordo foi aceito com muita relutância, não que os proprietários se declarassem invasores, mas para acabar com 35 anos de sofrimento e insegurança jurídica, sem falar dos terríveis e perversas derrubadas de casas realizadas pela Agefis que tiravam o sono das famílias.

Seis desses lotes estão  dentro do Condomínio Parque e Jardim das Paineiras e o outro lote é confrontante. A Terracap chegou a realizar a venda dos imóveis por R$14 milhões.

Seria um golpe perfeito, não fosse o fato do proprietário  ter usado a prerrogativa da lei de licitações nº 8.666/93 art. 40, pedindo a suspensão da venda ilegal.

Foi pedida a impugnação do certame baseado na cláusula 59 do Edital). Essa cláusula diz que: “qualquer cidadão pode oferecer impugnação nos termos do edital….” .

Um imbróglio na justiça federal envolve dúvida quanto à titularidade dos terrenos: particular ou pública. A alegação era de que existia duplicidade de matrículas registradas em cartório.

O desembargador Sousa Prudente determinou que fosse feita uma perícia e deu um prazo  de cinco dias à Juíza Federal da 13ª Vara para a  realização da prova pericial, anteriormente ordenada. O que irá provar se as terras são ou não da Terracap é o laudo pericial, disse o advogado Mario Gilberto Oliveira.

Enquanto isso, a empresa imobiliária do governo terá que se abster de vender lotes que não prova ser de sua propriedade.

Siga o perfil do Radar DF no Instagram
Receba notícias do Radar DF no seu  WhatsApp e fique por dentro de tudo! Entrar no grupo

Siga ainda o #RadarDF no Twitter

Receba as notícias de seu interese no WhatsApp.

Leia também

Tribunal Eleitoral do DF: Cartórios abrem neste sábado para evitar filas

O objetivo é reduzir o acúmulo de pessoas a serem atendidas nos últimos dias antes do fechamento do cadastro eleitoral, que encerra dia 8 de maio

Mais Radar

Moradores de condomínios podem perder benefícios da venda direta

A publicação de um edital de convocação visa à regularização por venda direta de lotes na região do Jardim Botânico, com risco de perda de benefícios para quem não aderir ao processo.

Codhab-DF convoca moradores para regularização de imóveis

Esta ação marca o início do processo de habilitação dentro do programa Regulariza DF, abrindo caminho para a legalização de centenas de moradias em São Sebastião.

Finalmente, Ville de Montagne é regularizado após 17 anos de espera

A decisão vai beneficiar uma população estimada em 1.747 pessoas que aguardavam há quase duas décadas por essa regularização.

TJDFT nega pedido de desocupações no Setor Noroeste de Brasília

Uma invasão gigante se proliferou em uma das áreas mais nobres do Distrito Federal, cujo m² na região administrativa custa aproximadamente R$ 18,6 mil. O GDF pediu a remoção das famílias para outra área, mas não teve exito.

Justiça do DF condena condomínio por impedir entrada de ex-moradora

O Condomínio Parque do Riacho 04 deverá indenizar a ex-moradora pelos danos morais sofridos, referentes à proibição injustificada de sua entrada no residencial enquanto retirava seus bens do imóvel.

Receba as notícias de seu interese no WhatsApp.

O Radar DF não permite essa ação

»
»