Onze dias após a Rede ter aprovado o nome do deputado distrital Chico Leite, para concorrer como candidato a um cargo majoritário em 2018, o governador Rodrigo Rollemberg cumpre a promessa feita no ano passado com Marina Silva, dirigente da legenda, ao dar mais espaço dentro do governo ao distrital. Além do Ibram, Secretaria de Meio Ambiente, agora a Rede está armada para controlar também a Secretaria de Desenvolvimento Econômico que antes era território politico do PSD de Rosso
mudança de comando, ocorrida nesta segunda-feira (27), na poderosa Secretaria de Desenvolvimento Econômico, responsável pelo PRÓ-DF e pela administração do aporte financeiro de um contrato de parceria com o Banco Mundial, superior a 200 milhões de dólares, foi sentida pelo PSD como um golpe contra as pretensões de Rogério Rosso, presidente da legenda, de disputar o Buriti ou mesmo uma das duas vagas ao Senado em 2018.
O secretário Arthur Bernardes, aliado e cabo eleitoral de Rogério Rosso, foi avisado que deixaria o comando da Secretaria, um dia antes da mudança que ocorreu ontem com o anúncio feito por Rollemberg do nome de Antônio Valdir Oliveira Filho, irmão de Chico Leite. Valdir vai deixar a presidência do SEBRAE para chefiar a Secretaria de Desenvolvimento Econômico.
Para não parecer uma cisão, o governador nomeou Bernardes, conforme Diário Oficial desta terça-feira, para o comando da problemática e sem recursos Secretaria de Justiça que era controlada pela deputada distrital Sandra Faraj. Karina Rosso, mulher de Rogério Rosso também deve ser exonerada de subsecretária de Micro e Pequenas Empresas, um braço importante da Secretaria de Desenvolvimento Econômico.
Rosso perdeu a secretaria e perde também um grande espaço de fazer política. Nos últimos dois anos, a dobradinha Rosso/Renato Santana, rodou as cidades do DF, ao lado de Arthur Bernardes, reunindo grandes, pequenos e médios empresários.
Os programas da Secretaria de Desenvolvimento Econômico se tornaram um grande chamariz de empreendedores atolados em dívidas e em busca de saída para tentar salvar os seus negócios. Além disso, a distribuição de concessões de lotes do PRÓ-DF, sempre foram usadas como moeda de troca.
Procurado por Radar, o deputado federal Rogério Rosso não quis comentar sobre a perda de espaço dentro do governo Rollemberg. Também não quis falar sobre o seu projeto político para 2018: se vai para voo mais alto ou se vai tentar novamente um mandato de deputado federal.
Enquanto isso, a roda gira. O deputado Chico Leite não esconde o desejo de concorrer uma das duas vagas para senador ou mesmo a de governador, já que enxerga a rejeição eleitoral de Rodrigo Rollemberg é estratosférica por causa da péssima gestão. Olhando por esse lado, a Executiva Nacional da Rede de Sustentabilidade liberou o distrital a encarar o projeto majoritário em 2018 e ao mesmo tempo cobrou de Rollemberg por mais espaço política dentro da estrutura máquina pública para fazer campanha.
A galinha tomando conta do galinheiro
Como nunca se sabe o dia de amanhã, o governador nomeou pelo Diário Oficial, também desta terça-feira, o petista e tributárista Espedito Henrique de Sousa Júnior para ser o secretário adjunto do irmão de Chico Leite. Assessores ligados ao deputado informaram ao Radar que a nomeação do petista, não agradou a Rede e nem o próprio Chico Leite.
O motivo, segundo os assessores, está no péssimo e conturbado histórico de Espedito Henrique de Sousa Júnior quando foi secretário adjunto da Fazenda no governo Agnelo em 2013. Ele teria sido o responsável pelo vazamento de uma lista com 15 mil contribuintes, entre os nomes divulgados, estavam o do governador Agnelo, do secretário da Fazenda, Adonias dos Reis Santiago, e do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello.
Antes, em 2008, Espedito foi convocado a depor na CPI dos Grampos Clandestinos instalada na Câmara dos Deputados. Segundo a justificativa do deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP) para a convocação, o ex-secretário adjunto estaria envolvido em uma suposta operação da Polícia Civil do Distrito Federal, denominada “operação tentáculo”, que teria como objeto uma suposta organização criminosa que atuava no Fisco do Distrito Federal envolvendo empresários, contadores e agentes tributários. Como meio de investigação foram utilizadas escutas telefônicas autorizadas, porém, em contrariedade à Lei 9.296/1996, logo, ilegais.
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