A última convenção do PSB-DF, ocorrida no início do mês, para a escolha da nova executiva, revelou uma briga intestinal entre o secretário das Cidades, Marcos Dantas e um grupo liderado por Daniel Cunha, Roosevelt Villela, além dos deputados distritais Luzia de Paula e Juareizão
Por Toni Duarte
Alvo de críticas e acusações internas por estar utilizando das benesses e das inserções partidárias veiculadas nas últimas semanas na televisão, para se projetar como candidato a deputado federal, o secretário das Cidades, Marcos Dantas está provocando uma fuga silenciosa de filiados que torna o partido do governador Rodrigo Rollemberg cada vez mais minguado.
Em 2015, primeiro ano do governo, o PSB contava com seis mil filiados, número relativamente pequeno para uma legenda, mas com a tendência natural de ficar mais robusta por ter chegado pela primeira vez ao poder.
No entanto, esse número de filiados, ao invés de aumentar, terminou diminuindo drasticamente para exatos 2. 700 em 2017.
O motivo de tanta desavença e abandono dos filiados do PSB de Rollemberg, segundo alguns socialistas, está ligado a forma centralizadora de como o egocêntrico Marcos Dantas manipula a legenda em interesse próprio.
Há quem diga que Daniel Cunha e o suplente de deputado distrital Roosevelt Villela seriam eleitos como presidente e vice-presidente respectivamente, na recente convenção do partido, se não houvesse a intromissão do governador Rollemberg no processo que terminou beneficiando, mais uma vez, Marcos Dantas.
O secretário das Cidades empurrou de goela abaixo da militância, o seu secretário adjunto, Tiago Coelho considerado um nome inexpressivo para comandar a legenda. “Será apenas um laranja”, acusou um socialista histórico ao ser procurado por Radar.
O remendo mal feito por Rollemberg criou fissuras no barco socialistas. A deputada Luzia de Paula e deputado Juareizão, considerados “não históricos” por Marcos Dantas, foram colocados de escanteio e jogados ao precipício com a ajuda do próprio governador.
Dos 40 presidentes de zonais, pelo menos 23 dirigentes que estariam prontos para destronar Marcos Dantas, aceitaram a composição montada por Rollemberg, mas não engoliram.
Há quem diga que haverá troco em duas formas. A primeira é que a maioria dos filiados e prováveis candidatos em 2018 não se esforçará pela candidatura de Marcos Dantas a deputado federal como Rollemberg exige. Haverá o corpo mole.
A outra é usar do chamado “fogo amigo”, como fez o ex-presidente da sigla, Antônio Fúcio de Mendonça Neto que detonou com Marcos Dantas e Rollemberg por meio de uma denúncia protocolada na Procuradoria Regional Eleitoral do DF.
A papelada virou processo nesta segunda-feira (23) dentro do TRE-DF. O material aponta o favorecimento ilícito de R$ 300 mil do Fundo Partidário.
Como se observa o clima dentro do PSB não é tão pacifico assim como Marcos Dantas e Rollemberg tentam passar. É a derrota antes do fim.