O mecanismo de monitoramento do Departamento de Recursos Humanos da Câmara Legislativa, denominado de “caça fantasmas”, pode pedir a exoneração de 25 funcionários que recebem sem trabalhar regularmente na Casa. A mulher do presidente nacional do Pros, Eurípedes Júnior, está sendo exonerada hoje por ter ido passear nos Estados Unidos. Ela terá que devolver o salário correspondente ao mês de março
Por Toni Duarte//RADAR-DF
O controle eletrônico de ponto ainda nem entrou em ação, o que provavelmente só ocorrerá a partir de julho, mas a mesa diretora da Câmara Legislativa, comandada pelo deputado Rafael Prudente (MDB), determinou o monitoramento mais rígido em cima de funcionários que recebem o contracheque sem trabalhar.
A comissionada Aniele de Oliveira Correia Coimbra, mulher de Eurípedes Júnior, presidente nacional do Pros, foi a primeira da lista de 25 servidores que pouco dão as caras no legislativo local, mas que recebem gordos salários. Ela dançou.
A primeira dama do Pros ficou surpresa e reclamou porque os mais de R$7 mil que ganha como funcionaria lotada na liderança do Pros na CLDF não caiu em sua conta bancária no último dia 22 do mês passado como de costume.
Ela contava com a grana para fazer algumas comprinhas nos States.
A demissão de uma comissionada foi um recado aos servidores da casa que reagiram contra o ponto eletrônico apenas para os concursados, de que a atual mesa diretora agirá contra os faltosos seja ele quem for. A medida pode atingir até mesmo aqueles que trabalham nos escritórios dos deputados fora do âmbito da Casa Legislativa.
Além de não permitir na Casa os chamados fantasmas, a Diretoria de Recursos Humanos monitora ainda os servidores que costumeiramente se utilizam do manjado golpe do atestado médico. São uma montanha desses atestados o que obriga a CL a dispender uma fortuna com servidores “doentes”.
Períodos de festas como as de fim de ano, carnaval, dia das mães e festas juninas são campeões de recebimentos de atestados médicos.
Apesar de ter sido aprovado uma lei pela própria CLDF em 2015, que obriga hospitais públicos, privados e médicos a emitirem atestados médicos digitais, no entanto os órgãos públicos do DF, incluindo a Câmara Legislativa ainda recebem atestados médicos emitidos em papel.
Atestados como esses, sem a certificação oficial, são facilmente comprados na área central de Brasília, como no Conic, Conjunto Nacional e Setor Comercial Sul.
O índice do chamado de absenteísmo-doença é considerado grande o que levou a mesa diretora da Câmara ser mais atenta sobre o volume dos pedidos.
O cerco aos fantasmas e a burla começa a se fechar.