O senador Cristovam Buarque (PPS-DF) disse que a deputada Erika Kokay, presidente do PT no DF, tem como o seu maior aliado no Brasil, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL). Ele afirmou ainda que Kokay trata a política como se fosse uma seita
Por Toni Duarte
A reação de Cristovam veio após a uma posição de Erika Kokay, durante uma reunião com dirigentes do PDT, ocorrida nesta terça-feira (24), ao afirmar que o PT-DF não faria aliança com quem votou pelo impeachment de Dilma Rousseff numa referência direta ao senador.
“Todos sabem que nas religiões as pessoas não têm raiva de quem é de outra religião, mas não perdoa aquele que mudou de religião. Eu nunca tratei o PT como uma religião. Quanto eu vi que o PT estava se perdendo, porque não tinha mais o vigor transformador de antes e que estava caindo na corrupção eu sair do PT para manter as minhas bandeiras que sempre foram a de defender a Educação, por um país forte, uma sociedade justa e um meio ambiente equilibrado”, disse Cristovam Buarque ao Radar.
Na opinião de Cristovam a conversa entre PDT e PT, ocorrida ontem, com o objetivo de selar uma dobradinha política no DF, pode prospera “principalmente se houver uma chapa com Lula na cabeça e Ciro Gomes na vice ou vice e versa”.
Ele considera que, contribuir para colocar Ciro Gomes (PDT) na Presidência da República é uma irresponsabilidade tão grande quanto vê Bolsonaro presidente do Brasil. A diferença entre Bolsonaro e Ciro é que a gente sabe que Bolsonaro ganhando é bem capaz de mandar fechar o Congresso. Já o Ciro ganhando não se sabe se ele vai mandar o Exército fechar o Congresso ou se vai mandar o Congresso acabar com o Exército”, ironizou.
Cristovam Buarque que vai tentar a reeleição nas eleições do próximo ano afirmou que a tendência do PPS, o seu partido, é a de se engajar em uma via política que esteja conectada com o futuro de Brasília.
“O DF precisa ser governado por uma aliança que deixe de lado as cores vermelhas e azuis que imperaram as últimas décadas a política brasiliense. Temos que seguir com aqueles que estejam comprometidos eticamente e, entre esses, aqueles que quiserem compor um projeto de governo que leve em conta os seguintes pontos:
Primeiro colocar o governo a frente das corporações. O governo é para cuidar dos doentes e não apenas dos servidores da Saúde.
A Educação terá que está a serviço das crianças e dos que precisam da educação e não voltado apenas para os funcionários da Educação.
Um governo que tenha a sua responsabilidade fiscal, coisa que o PT sempre relegou, e que tenha a capacidade técnica para usar as novas tecnologias para enfrentar os problemas e tirar Brasília e o Brasil do atraso”.
Cristovam disse ainda que não são as siglas partidárias que deverão ser usadas para classificar o que é do bem ou o que é do mal. “Vejo Frejat como um homem do bem, de passado limpo e bom gestor. Se ele aceitar esses pontos, que julgo positivos, acredito que fará a diferença”, disse o senador Cristovam Buarque.