A violência parece estar fora de controle no Ceará desde o início do motim de policiais militares. De 0h de quarta-feira até 0h de sexta-feira, foram registrados 51 homicídios no Estado, mais de um por hora – a média vinha sendo uma morte a cada 4 horas em 2020 – 12 no período de dois dias.
A Secretaria de Segurança Pública do Ceará informa que ainda não foram contabilizados os números desta sexta, que serão divulgados apenas amanhã.
A paralisação dos policiais militares começou na noite de terça-feira e teve como pior momento os dois tiros desferidos contra o senador licenciado Cid Gomes (PDT), em um quartel em Sobral, no interior cearense, na quarta-feira.
Após os tiros, a situação perdeu o controle a ponto de o governo federal anunciar o envio da Força Nacional ao Estado.
O Estado recebeu 120 agentes da Força Nacional e mais de 200 da Polícia Rodoviária Federal que vieram de outros estados para apoiar a Polícia Civil. Pelotões de outros estados devem ser deslocados para Fortaleza, onde a Polícia do Exército tomava as ruas.
No centro da cidade, 35 homens começaram a atuar nesta sexta-feira. Representantes do Governo do Ceará se reuniram nesta manhã com representantes do Exército. O encontro serviu para definir o planejamento estratégico do trabalho das forças de segurança no controle da crise.
Investigação
As autoridades também começaram a identificar as pessoas encapuzadas que têm realizado bloqueios e protestos, furando pneus de veículos de policiais.
Há mais de 300 policiais militares sob invetigação. Até o momento, quatro policiais militares foram presos, um deles suspeito de queimar veículos de uma moradora do interior do estado.
Outra ocorrência também envolveu homens encapuzados que abordaram e roubaram um veículo da Polícia Civil. Pelo menos cinco quarteis em todo o Estado registraram motins.
As cidades de Sobral e Caucaia, na região metropolitana do Ceará, registrados os confrontos mais violentos.