Um miliciano foi morto pelos comparsas, após fazer uma transmissão ao vivo da invasão da comunidade de Nogueira, em Realengo, na Zona Norte do Rio de Janeiro. A polícia acredita que a invasão ocorreu de sexta-feira para sábado
A quadrilha teria ficado irritada porque as imagens ajudam a identificar outros integrantes da organização criminosa. No vídeo, o miliciano é chamado pelos comparsas por Cigarrão.
Nas imagens, Cigarrão comemora o fato de ter conseguido tomar a favela de outra facção criminosa e ainda diz que já está cobrando (taxas) do comércio. “Estou ao vivo no Nogueira. Tomei! Nogueira é nosso! Perdeu! É o Bonde dos Cria. Acabou ADA no Jardim Novo. Já estou cobrando do comércio. Acabou a palhaçada”, afirma no vídeo o bandido, que passa todo o tempo exibindo uma arma na mão.
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A gravação mostra o bandido caminhando pela favela, onde aparecem também outros homens armados com fuzis. Alguns estão encapuzados. Um deles se preocupa com a repercussão das imagens e alerta o comparsa: “Tu vai jogar no Face?”. Neste trecho do diálogo, o miliciano assegura que vai excluir as imagens.
VAI JOGAR NO FACE?’
— Vimos o vídeo que ele transmitiu e foi excelente, pois possibilitou, inclusive, identificar alguns integrantes. A conduta dele certamente fugiu ao padrão atual das milícias que é a discrição. Quanto à morte, de fato, há informações de que ele tenha sido morto pelos próprios comparsas, mas não posso afirmar ainda — disse o delegado Alexandre Herdy, titular da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco).
Herdy explicou ainda que há uma integração entre diferentes grupos de milicianos para dominar outras comunidades do Rio, em especial nas zonas Norte e Oeste:
— Recebemos diversas denúncias e observamos a integração entre grupos que atuam em Realengo, Del Castilho, Catiri, Cascadura, Praça Seca, Vila Valqueire e algumas outras localidades. A Divisão de Homicídios da capital está investigando o caso.