|Por Toni Duarte||RADAR-DF
O Hospital Regional de Ceilândia, que faz em média 500 partos por mês, deve deixar de atender parturientes de uma das maiores cidades do DF, em decorrência da interdição do Centro Obstétrico, medida tomada na última segunda-feira (06/01), por causa dos estragos feitos pelas chuvas. E meio a catástrofe, o superintendente da Região Oeste e o diretor-geral do HRC entraram em férias e o hospital está sem comando.
Não tem sido pouco o esforço que o governador Ibaneis Rocha tem feito para melhorar o sistema de saúde do Distrito Federal durante o seu primeiro ano de governo.
Para colocar a situação em ordem ele conseguiu recursos para construção de mais hospitais e Upas; deu rapidez na compra de medicamentos e insumos; contratou mais profissionais e precisou ser duro exonerando aqueles que não entenderam o ritmo do trabalho.
No entanto, o governador terá que continuar cortando na carne neste início de 2020 diante de más gestões pontuais que ainda impregnam e travam a saúde pública do DF.
Na última segunda (06), o Centro obstétrico do Hospital Regional de Ceilândia foi interditado por causa dos estragos causados pelas chuvas. Em outubro do ano passado, já havia ocorrido alagamentos dessa natureza, por causa de um estouro na tubulação.
Na época, a enfermaria da clínica cirúrgica do hospital teve 36 leitos desativados, para a substituição de telhas danificadas e impermeabilização do teto, além da troca da tubulação de água, pintura e reparos na alvenaria.
Foi feito um contrato de manutenção emergencial de mais de R$ 4 milhões para melhorar o HRC e demais unidades de saúde da Região Oeste.
Para alguns integrantes do Conselho Regional de Saúde de Ceilândia (CRSC) não era para ocorrer problemas causado pelas chuvas. “Isso é má gestão de quem dirige o hospital”, afirmou um conselheiro ao Radar-DF.
Mas a situação continua. As mulheres residentes no maior colégio eleitoral do DF e uma das regiões mais carentes ficarão sem ter onde dar à luz, por que a unidade de obstetrícia ficará fechada por 15 dias para reforma.
O HRC foi construído em 1981 e hoje atende uma população de mais de 600 mil habitantes e faz em média 500 partos por mês, segundo dados da Secretaria de Saúde.
Lá também está localizado o Sol Nascente que apesar de ser uma região administrativa autônoma utilizam os equipamentos públicos da Ceilândia, além da população do entorno como Águas Lindas, Santo Antônio do Descoberto que acabam sobrecarregando o sistema público de saúde do DF.
No meio de toda essa catástrofe um fato deve chamar a atenção do governador Ibaneis Rocha: os dois mais importantes diretores do HRC estão em férias. Quem toca as funções dos dois é uma servidora comissionada, sem vínculo, que não é médica e nem enfermeira.
Diante do volume de reclamações, o secretário Osney Okumoto agiu de pronto. Enviou seu staff de gabinete para assumir o comando do hospital e minimizar os danos à população.
As pacientes de Ceilândia deverão procurar outras maternidades mais próximas como a do HRT e HRSAM. Os partos de alto risco serão encaminhados para o HMIB e HRAN.
O governador Ibaneis Rocha deve tomar providências para que a saúde do DF não volte a UTI como antes.