Nem Bauru nem Mogi das Cruzes, muito menos o antigo rival Brasília. A menos de três meses da estreia no NBB 8, o maior adversário do Flamengo está fora das quadras, mais precisamente no mercado financeiro. Depois de perder Nicolas Laprovittola, Walter Herrmann e Vitor Benite, que trocaram o Rio de Janeiro pela Lituânia, Argentina e Espanha, respectivamente, e ainda correr o risco de ficar sem Cristiano Felício, que disputou a Liga de Verão da NBA pelo Chicago Bulls e assinou um pré-contrato com o ex-time de Michael Jordan, o atual tricampeão do NBB vem esbarrando na alta do dólar para conseguir se reforçar.
Sem jogadores brasileiros disponíveis no mercado do mesmo nível dos que deixaram à Gávea, a diretoria rubro-negra sabe que tem que ir às compras fora do Brasil para contratar. Jogadores interessantes não faltam, o problema tem sido driblar a inflação na hora de acertar as bases contratuais, uma vez que os estrangeiros dificilmente aceitam receber em real.
Com a moeda americana a R$ 3,60 pela primeira vez em 12 anos e meio, o receio do vice-presidente de esportes olímpicos do Flamengo, Alexandre Póvoa, é que a proposta de novos aumentos de tributos em 2016, conforme já foi noticiado, quebre o orçamento traçado pelo departamento financeiro do clube e resulte em atrasos de salários como aconteceu na temporada passada.
– Das perdas que sofremos, a única que não estava mapeada foi a do Benite. Com as saídas dele e do Nico, perdemos muito da nossa força ofensiva, eram dois pontuadores. Trouxemos o Rafael Luz, que é mais marcador, por isso nossa prioridade é um jogador de força ofensiva, que aqui no Brasil não existe no momento. Precisamos de um alguém que venha de fora para compensar essa perda, um americano, um argentino, um europeu, quem quer que seja. Estamos conversando com todos os empresários e acho que em 10, 15 dias resolveremos isso. Existem algumas opções, e o Neto está em Porto Rico com a seleção participando ativamente disso. Para piorar, a situação do dólar não está nos ajudando em nada. Todo dia que vamos negociar, a cotação está cada vez mais alta. Temos que criar alguma fórmula já que os estrangeiros não aceitam receber em real. O que não queremos é enfrentar o problema do ano passado, quando o dólar dos estrangeiros pulou de 2,20 na assinatura do contrato para 3,50 no meio da temporada, o que acabou estourando nosso orçamento. Isso atrapalha demais, por isso estamos cautelosos – explicou Póvoa.