|Por Toni Duarte||RADAR-DF
A fuga de três bandidos do Complexo Penitenciário da Papuda, onde fica o presídio federal que abriga os criminosos mais violentos do Brasil, acendeu o sinal de alerta para o próprio Ministério da Justiça de que Marcola, o líder do PCC e seu bando também podem fugir. No entanto, o ministro Sérgio Moro, que enviou o lixo do submundo para Brasília, desdenha das autoridade de segurança do DF.
Três criminosos passaram dias cavando um buraco. Na unidade prisional, há circuito de câmeras com transmissões em tempo real, além de sensores de movimento e alarmes.
Na noite de terça-feira (28), os três saíram se rastejando por alguns metros, subiram no telhado do Bloco 1 da Ala A do Centro de Detenção Provisória (CDP), pularam dois muros e escaparam de um dos maiores e bem vigiados complexo penitenciário do país: a Papuda de Brasília.
O pequeno território prisional, que abriga mais de 16 mil presos em seus pavilhões, é o mesmo que se encontra o Presidio Federal de Segurança Máxima administrado pelo Ministério da Justiça.
Em março do ano passado, com uma canetada e sem ao menos comunicar o governador do Distrito Federal Ibaneis Rocha, o ministro Sérgio Moro transferiu da Penitenciária Federal de Porto Velho, em Rondônia, Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola e integrantes do facção do PCC Cláudio Barbará da Silva, Patrik Wellinton Salomão, e Pedro Luiz da Silva Moraes, o Chacal.
Após a chegada do número 1 do Primeiro Comando da Capital (PCC) em Brasília, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, telefonou para o ministro da Justiça e da Segurança Pública, Sérgio Moro, explicando que o DF precisa de investimento em inteligência das forças de segurança pública, mas Moro ignorou o pedido.
A vulnerabilidade do complexo, que inclui o Presidio federal, ficou exposto com a fuga de três criminosos que dividiam o mesmo território prisional que se encontram confinados os mais violentos e sanguinários bandidos da história do submundo do crime do país.
O Ministério da Justiça alega que a transferência faz parte dos protocolos de segurança pública que preveem, entre outras medidas, a alternância de abrigo dos detentos de alta periculosidade ou integrantes de organizações criminosas.
Exceto o Presídio Federal da Papuda, todas as outras quatro unidades de segurança máxima federais, construídas no país, destinadas a isolar presos condenados e provisórios sujeitos ao Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), estão em áreas isoladas.
O Complexo da Papuda se encontra no perímetro urbano da região de São Sebastião e fica a menos de nove quilômetros do Palácio do Planalto e mais perto ainda das Embaixadas.
A preocupação precisa ser levada a sério, segundo as autoridades da área de segurança do governo local. Mas o ministro da Justiça desdenha da situação. “Não há motivo para tanto medo”, escreveu Sergio Moro na rede social.