Nunca na história do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal a disputa política, para indicar o próximo comandante, foi tão acirrada como vem acontecendo nos últimos dias onde muitos padrinhos políticos, de olho nas eleições do próximo ano, se articulam para colocar seus prepostos na cadeira número 1 do Comando Geral da corporação. A troca de comando está marcada para acontecer no dia 17 de janeiro do próximo ano
Por Toni Duarte
Em uma reunião ocorrida na última quinta-feira (07/12), no Clube dos Oficiais do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal, o deputado distrital Agaciel Maia (PR) garantiu que o próximo comandante da corporação seria o Coronel Moura, a quem concedeu em outubro passado o pomposo Título de Cidadão Honorário de Brasília em uma sessão solene na Câmara Legislativa do Distrito Federal.
Agaciel Maia ( no centro da foto) que é o líder do governo de Rodrigo Rollemberg cobra uma fatura pesada por tudo que tem feito na defesa do governo na CLDF e que provavelmente o governador vai ter que pagar.
Em 2014 no período eleitoral o então candidato Rollemberg, para conquistar os votos da tropa, jurou de pés juntos que se elegesse governador não aceitaria nenhuma ingerência política na escolha do Comando do Corpo de Bombeiros. Relembre assistindo o vídeo a baixo.
Não será a primeira e nem a última promessa que Rollemberg deve quebrar durante o seu combalido e desgastado governo socialista. Todos sabem que ele não cumpre o que diz a não ser pela abominável troca do “toma-lá-dá-cá”.
O Coronel Wellington Moura e Silva, da ajudância geral do CBMDF, apadrinhado de Agaciel, surge como forte candidato a sentar-se na cadeira do atual comandante Hamilton Santos Esteves Júnior que deixa o comando em fevereiro por atingir a compulsória.
Um grupo de oficiais já dá isso como favas contadas e já comemoram antes a indicação de Moura como ocorreu em um encontro com Agaciel Maia, ocorrido no último sábado no Park Way.
No entanto, tem os que acreditam que, na ordem natural, quem substituirá Hamilton Júnior é o subcomandante da corporação, Coronel Luiz Cláudio Barbosa Castro (foto), que tem como padrinho político o suplente de deputado do PSB, partido do governador, Roosevelt Vilella (na foto).
Vilella é Bombeiro Militar, foi presidente do Clube dos Subtenentes e Sargentos do CBMDF e conta com o apoio do PSB-DF por ser importante membro da executiva do partido do governador Rollemberg.
Nos bastidores há quem diga que o bombeiro Roosevelt estaria disposto a abandonar o governador e o seu partido, caso o civil Agaciel Maia consiga emplacar o seu afilhado no comando da corporação.
No entanto, algumas vozes contrárias afirmam que Roosevelt não tem essa coragem e que vai ter que engolir o indicado de Agaciel.
O vice-governador Renato Santana, o faísca, por sua vez, também corre por fora de forma silenciosa e acredita que pode emplacar um afilhado, mesmo tendo o PSD, partido do qual faz parte, rompido no mês passado com Rollemberg. Ninguém consegue explicar como ele pretende alcançar tal façanha.
Até o chefe da Casa Militar do governo de Brasília, o coronel PM Cláudio Ribas tenta emplacar um indicado para aumentar o seu poder de fogo dentro das chamadas forças de segurança do DF.
Quem não tem padrinho político se agarra como pode para comandar a prestigiosa centenária instituição militar.
Se tem candidatos se apadrinhando com políticos na tentativa de virar Comandante Geral do CBMDF, em fevereiro próximo, existem outros que preferem marcar distancia como é o caso do Coronel Edwin Aldrin Franco de Oliveira, presidente do Clube de Oficiais que trabalha a sua própria indicação solitariamente.
Para alguns dos seus chegados, o nome de Franco contempla a tropa e que seria uma alternativa caso o governador resolva não aceitar, conforme prometeu a influência política eleitoreira dentro do Corpo de Bombeiros. Outros são de opinião que Franco não tem nenhuma relação com os praças que formam a base do CBMDF, além de que ninguém chega lá sozinho.
A briga de foice no escuro empreendida por várias correntes querendo o comando geral da Instituição Militar pode não surtir o efeito esperado por aqueles que desejam cabalar os votos dos mais de 4 mil praças e de seus familiares nas eleições do próximo ano.
Coronéis podem até mandar em soldados, cabos, sargentos e subtenentes dentro dos quarteis, mas, fora deles, não tem autoridade alguma de obrigar ou botar cabresto na “praçaiada” para que vote em seus padrinhos políticos.
E tem mais: como promessa é dívida a tropa está disposta a lascar com Rollemberg se ousar transformar o CBMDF em curral eleitoral de quem quer que seja.
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