Em crise financeira e vendo as receitas despencarem, a Globo não fará festa de fim de ano para os funcionários. A tradicional confraternização de fim de ano na emissora está cancelada, mas ao menos ainda vai rolar uma cesta de Natal. A famosa música “Hoje é um novo dia, de um novo tempo que começou…”, definitivamente não vai soar bem em 2019.
Ano passado a emissora dos Marinho deu R$ 500 para cada funcionário para reforçar as compras de Natal, mas até o momento não foi informado se a ajuda será mantida. Não tá fácil para a vénus platinada.
Por atacar o presidente, Jair Bolsonaro, a TV Globo teve um grande corte no valor de publicidade que recebe do Governo Federal.
Em 2018, a emissora faturou cerca de R$ 400 milhões líquidos com publicidade oficial do Governo Federal. Neste ano, o valor ficou entre R$ 150 milhões e R$ 170 milhões com campanhas de estatais e ministérios.
O corte poderia ser ainda maior, se o Banco do Brasil não tivesse fechado antes da posse de Bolsonaro o patrocínio do Bom Dia Brasil e do programa Pequenas Empresas Grandes Negócios. Os investimentos do banco, no valor de R$ 79 milhões, são praticamente a metade de toda a verba destinada à Globo pelo governo Bolsonaro neste ano.
A reportagem do Jornal Nacional que o relacionou maldosamente Jair Bolsonaro ao assassinato da vereadora Marielle Franco a relação azedou ainda mais para o lado da TV Globo.
“Tava muito bom com governos anteriores, mamavam bilhões de estatais, publicando balancetes de estatais, de bancos oficiais, anunciando no nome de vocês. Acabou esta mamata, não tem dinheiro público para vocês, acabou a teta, vão ficar me infernizando até quando?”, afirmou Bolsonaro, se dirigindo à emissora.
A Globo respondeu dizendo que “não depende nem nunca dependeu de verbas de governos, embora a propaganda oficial seja legítima e legal”.
No entanto, a paulada nas finanças da emissora veio de onde ela nunca imaginaria surgir. Empresas lideradas por admiradores do presidente Jair Bolsonaro (PSL) começaram um movimento para cancelar anúncios na Rede Globo e em grupos associados à emissora.
A Habitec, uma imobiliária de Curitiba, anunciou que deixaria de renovar seu contrato com a RPC, dona de oito afiliadas da Globo no Paraná.
Um grupo empresarial bem maior tomou a mesma decisão. A rede de supermercados Condor deixaram de anunciar nos jornais da Globo. Por nota, a assessoria do grupo confirmou a decisão.
“Em vista do posicionamento duvidoso da Rede Globo em relação à pessoa do nosso Presidente da República, comunico que hoje tomamos a decisão em nossa empresa de cancelar nossas inserções em todo o jornalismo nacional da emissora”.
O empresário Luciano Hang, dono das lojas HAVAN, divulgou comunicado anunciando que a Havan não realizará mais propaganda de sua Rede de Lojas na TV Globo.
A decisão está baseada na linha ideológica da emissora, e segundo o texto divulgado, o cancelamento da publicidade na Globo vinha sendo cobrado pelos clientes. As afiliadas da Rede Globo, nos estados onde a HAVAN tem suas filiais, seguirão por enquanto veiculando comerciais da Rede comandada por Hang.
Com a grana cada vez menor para sustentar o império dos Marinho, a Globo foi obrigada a fazer demissões em massa e fez a união das empresas do grupo no projeto “Uma Só Globo”.
A emissora carioca também decidiu cancelar a tradicional festa de fim de ano. O cancelamento não teve um comunicado oficial, porém, os funcionários já saberiam que esse ano o natal glamouroso da Globo se tornaria em natal magro por conta de redução de gastos.