O Distrito Federal pode ter sua própria universidade. Estão nos planos do governo local criar a Universidade do DF (UnDF), ampliando a oferta e a qualidade do ensino superior público na capital. Em março deste ano, o governador Ibaneis Rocha encaminhou à Câmara Legislativa o Projeto de Lei Complementar nº 34/2020, que autoriza a criação da instituição.
Entre os cursos de graduação que poderão ser oferecidos, há novidades voltadas à capacitação tecnológica exigida pelo setor produtivo; além de um reforço de atuação em temas voltados à segurança pública, cidadania e preservação do meio ambiente.
Em todo o DF, existem 66 instituições de educação superior, das quais 62 são privadas e concentram 82% das matrículas de graduação. O cenário apresenta ainda uma grande lacuna de acesso à educação superior para população mais carente.
Segundo dados da última Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios (Pdad), elaborada pela Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan), enquanto 76% da população de alta renda familiar detém ensino superior completo, menos de 10% da população de baixa renda possui o mesmo nível de educação formal.
Nesse sentido, o projeto do Executivo local seguirá o entendimento da política de ampliar as oportunidades para os alunos da rede pública.
O ingresso na universidade distrital será nos moldes da Escola Superior de Ciências da Saúde (ESCS) e a Escola Superior de Gestão (ESG), já que ambas serão integradas ao campus.
Ou seja, 40% das vagas da nova universidade serão destinadas a alunos que concluíram a educação básica integralmente na rede pública.
A cota racial, prevista na Lei Distrital nº 3788/2006, também será atendida.
“Urge a demanda de modernizar os cursos superiores e qualificar a mão de obra para que ela se adapte e caminhe lado a lado em meio à evolução tecnológica”, afirma o governador Ibaneis Rocha.
Entusiasta da primeira universidade distrital, o chefe do executivo acredita que o novo campus vai além de ajudar a ampliar a oferta de ensino superior. “É um cuidado com nossos jovens, com a qualificação de mão de obra e com o desenvolvimento do Distrito Federal”, afirma.
Conforme o projeto de lei, a nova universidade foi desenhada para atuar nos seguintes campos: Ciências Humanas, Cidadania e Meio Ambiente; Gestão Governamental de Políticas Públicas e de Serviços; Educação e Magistério; Letras, Artes e Línguas Estrangeiras Modernas; Ciência da Natureza e Matemática; Educação Física e Esportes; Segurança Pública e Defesa Social; Engenharia e Áreas Tecnológicas de Setores Produtivos; Arquitetura e Urbanismo; Ciência da Saúde.
Atualmente, o Projeto de Lei Complementar nº 34/2020, que trata da criação da UnDF, tramita na Comissão de Educação, Saúde e Cultura (CESC) da Câmara Legislativa e tem avançado na discussão entre os parlamentares.