Com a desaceleração da economia devido a pandemia, a arrecadação do Governo Federal, em maio, registrou uma queda real de 33% comparado ao mesmo mês de 2019, em uma perda total de R$ 36 bilhões.
O governo vem registrando queda na arrecadação real desde o começo do ano. Em fevereiro foi de 2,7%; em março, de 3,3% e em abril de 29%. No acumulado do ano, a queda real da arrecadação chega a cerca de 12%, uma redução de R$ 58 bilhões em comparação com 2019.
Claudemir Malaquias, chefe do Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros da Receita Federal, explica os principais fatores para a queda de arrecadação.
A redução na arrecadação federal ocorreu, principalmente, devido ao adiamento do pagamento de impostos pelo governo e a redução a zero das alíquotas do IOF para operações de crédito.
Houve um adiamento do imposto de renda, da cobrança do Pis, Pasep, Cofins e Contribuição Previdenciária Patronal, de pagamento do Simples Nacional e de parcelamentos especiais.
As medidas foram tomadas pelo governo para compensar a queda econômica com a pandemia. Só na postergação de impostos, deixou de arrecadar R$ 29 bilhões em maio e R$ 35 bilhões em abril.
Em 2020, as maiores quedas de arrecadação foram no setor de combustíveis (42%), alimentação (33%), telecomunicações (32%); e fabricação de veículos (26%).
Claudemir Malaquias afirma que um começo de abertura do comércio não significa uma retomada da arrecadação a partir do mês de junho.
Fatores macroeconômicos influenciaram também na baixa da arrecadação deste ano. Em maio, a produção industrial caiu 31%; venda de bens, 27%; e o setor de serviços teve queda de 17%. Já o valor das exportações em dólar teve queda de 31%. A massa salarial também teve uma redução nominal de 1,2%.