Ao anunciar o nome do ministro da saúde Gilberto Occhi, nesta quarta-feira (19/12), para presidir a Terracap, o governador Ibaneis Rocha recebeu uma carta enviada por um grupo de comissionados, ligado ao PSB, partido do atual governador Rodrigo Rollemberg, pressionando para que o topógrafo Júlio César Reis, continue à frente da empresa como antes havia anunciado o governador eleito
Por Toni Duarte//RADAR-DF
A senha de que o atual presidente da Terracap, Júlio César Reis, não permaneceria mais a frente do órgão, como havia antes sido anunciado, foi dada momentos depois da diplomação do governador eleito Ibaneis Rocha (MDB), ocorrida na noite de terça-feira (18).
Em conversas com jornalistas, o emedebista deu pistas de que haveria mudanças na Terracap ao afirmar que faria um ajuste na diretoria.
O ajuste veio no dia seguinte com o anúncio do atual ministro da saúde Gilberto Occhi para ocupar a presidência da Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal, a partir do dia 1 de janeiro próximo, quando deixará o governo federal.
A decisão do governador, de fazer as mudanças que quiser, para a montagem da sua equipe de governo, desagradou a chamada “boquinha socialista” da Terracap.
O governador recebeu nesta quinta-feira (20), uma carta dos partidários de Rodrigo Rollemberg em nome da Associação dos Servidores da Terracap – ASTER.
A carta diz que lamenta a decisão anunciada pelo governador eleito.
Afirma ainda que a posição de Ibaneis, de substituir o topógrafo Júlio César por Gilberto Occhi, “faz prevalecer arranjos políticos em detrimento de aspectos técnicos”.
Apesar de tal discurso, recheado de lamentações dos comissionados, o atual presidente da Terracap, Júlio César Reis, conseguiu chegar ao topo da empresa, mais pelo viés político do que pelo conhecimento técnico.
Vamos lá: Durante a campanha ele gravou vídeos, tanto para as redes sociais como para o horário eleitoral, pedindo votos para o chefe maior, o governador Rodrigo Rollemberg, que disputava a reeleição.
Com a derrota de RR, Júlio César se articulou com os donos de construtoras e donos de cartórios para fazer um “lobby” junto ao governador eleito com o objetivo de se manter no mesmo cargo. A estratégia inicialmente deu certo.
Júlio César fez cara de surpresa ao receber a notícia de que continuaria no comando da Terracap, empresa que administra um negócio bilionário e fabuloso produzido pela maior mina de ouro a céu aberto do DF: a venda de terras do governo local.
Agora a situação é outra. O governador Ibaneis Rocha resolveu mudar de ideia.
Ele buscou no governo federal um profissional que possui pós-graduação em gestão empresarial pela Universidade de Brasília (UnB) e em comércio exterior pela Universidade Católica de Brasília (UCB).
Gilberto Occhi também é funcionário de carreira da Caixa Econômica Federal desde 1980, foi superintendente nacional e presidente do banco.
Como se vê, se prevalecer o conceito “aspecto técnico”, o atual ministro da Saúde do governo Temer, tem perfil técnico e competência para o cargo de presidente da Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal (Terracap).
“O resto é mimimi da “boquinha socialista” no fim do poder”, disse uma partidária de Ibaneis Rocha.