Faltando apenas dois dias para a instalação do novo governo do Distrito Federal, o vice-governador Paco Brito, enfrenta um grande dilema e pode recuar na escolha de nomes para o cargo de administrador regional do Jardim Botânico. O motivo temerário está diante de grande parte de documentos, como cartas de indicações e listas de apoio, apresentadas por candidatos ao cargo, que exala maracutaia e fraudes
Por Toni Duarte//RADAR-DF
Embora o governador eleito Ibaneis Rocha, tenha prometido realizar a escolha popular dos administradores regionais das 31 cidades do DF, cujas regras ainda serão estabelecidas pelo governo em abril, no entanto em algumas cidades do DF, entre as quais o Jardim Botânico, o processo de escolha corre o risco de se transformar em uma fraude logo no primeiro dia do governo.
Há duas semanas chegou a mesa do vice-governador e chefe da transição de governo, Paco Brito, uma montoeira de papeis que exala a maracutaia que passaram longe dos olhos dos mais de 70 mil moradores da região do Jardim Botânico.
Em meio aos papeis foram detectadas cartas de indicação, assinadas por supostos síndicos de condomínios e por dirigentes de supostas associações de classe, bem como listas de assinatura fictícias em apoio a este ou aquele candidato.
O forte indício de fraude acendeu a luz vermelha do governo de transição que deverá apresentar amanhã a lista contendo os nomes de todos os administradores das cidades que tomarão posse no cargo na próxima terça-feira, dia 1 de janeiro. A administração do Jardim Botânico está no mesmo pacote.
A situação, no caso do Jardim Botânico, se for consolidado, caminha para um escândalo de grande monta. Alguns candidatos mais afoitos já esfolaram e esquartejaram a Administração Regional, dividindo os 60 cargos em troca de votos e apoios, o que é uma aberração.
O vice-governador Paco Brito, que está tratando pessoalmente da escolha do novo administrador do JB, resolveu meter o pé no freio e deve recuar de todos os nomes indicados que chegaram a sua mesa.
O Radar apurou que o vice-governador vai tratar do assunto diretamente com o governador Ibaneis e vai sugerir que ele mesmo indique um nome de sua inteira confiança para ocupar o cargo, até que o governo promova o processo de lista tríplice junto à comunidade. Se for assim está tudo certo e a comunidade agradece.
Visão Radar
O Jardim Botânico, a mais importante cidade condominial do DF, não pode continuar com a sua Administração transformada apenas em um cabide de empregos.
A notícia do esfolamento e esquartejamento dos cargos, de forma antecipada por alguns que se dizem candidato a administrador é um acinte aos 70 mil moradores que não concordam com essa velha prática que está funcionando a todo vapor como compras de votos e apoios.
O Jardim Botânico não merece isso e o governador não pode deixar que isso ocorra.
O que a sociedade condominial espera do próximo governo é que ele olhe com mais carinho e atenção para as reais necessidades da sua população.
Por ano, o Jardim Botânico contribui com impostos ao governo mais que o Lago Sul, Parque Way, Núcleo Bandeirante e mais que muitas outras cidades do DF.
No entanto, não temos escolas, creches, Policia Militar, Corpo de Bombeiros e Postos de Saúde, equipamentos públicos de extrema necessidade para uma cidade do porte do JB. Até a feira da cidade está caindo aos pedaços.
Esperamos que nos próximos quatro anos tudo isso virá como bem prometeu o governador eleito Ibaneis Rocha.
Esperamos ainda que ele próprio indique uma pessoa da sua extrema confiança para cuidar da cidade nos próximos 90 dias e que depois estabeleça as regras do jogo com a ampla publicidade do processo eleitoral para a escolha do Administrador Regional.