A greve por tempo indeterminado no Metrô-DF, decretada por uma assembleia-geral na madrugada desta segunda-feira (19), pode provocar o aumento de mortes pela covid-19 nesse mês de abril, considerado até agora, o mais mortal desde o início da pandemia.
O principal motivo da greve segundo o Sindicato dos Metroviários foi a falta de pagamento do auxílio-alimentação desse mês de abril.
A diretora do SindMetrô, Renata Campos, alega ainda: “querem cortar o nosso plano de saúde”.
A sabotagem dos servidores públicos do Metrô-DF, contra a luta pela vida, neste período de pandemia, deve contribuir ainda mais para a letalidade da doença no Distrito Federal.
A aglomeração forçada nos transportes resultam no aumento de infecções pelo novo coronavírus e, consequentemente, no crescimento de infectados na fila de espera dos hospitais.
Cerca de 269 pacientes estavam na fila de espera por um leito neste domingo (18).
Desde o início da pandemia, o DF registrou até agora 7.172 mortes, segundo boletim epidemiológico da Secretaria de Saúde.
A redução de 24 trens para apenas 15, circulando em horário de pico, já provoca enormes aglomerações desde o início da manhã de hoje, tanto no Metrô como nos ônibus que circulam pelo DF.
Withman Castro estreia na segunda (19), programa diário na Rádio Mais FM
Em situação normal o Metrô-DF transporta cerca de 1,4 milhão de pessoas por dia.
A greve pode contribuir ainda mais para que o mês de abril, seja mais mortal do que o tenebroso mês de março em relação à pandemia.
Enquanto os funcionários públicos, ligados à estatal do GDF, sabotam cruzando os braços pela simples falta do pagamento do auxílio-alimentação do mês de abril, centena de famílias no DF não tem empregos, nem comida e muito menos plano de saúde.
Metrô tem que ser vendido
A prestação de serviços deficientes, somado ao histórico de prejuízos contabilizados pelas greves e falta de manutenção dos trens, são os pontos que levam o GDF a privatizar os serviços metroviários, antes do final do governo Ibaneis Rocha..
Vejamos os históricos dos péssimos serviços:
Em 2016, o prejuízo do Metrô-DF com uma greve que durou 38 dias ultrapassou os R$ 5 milhões.
A circulação de trens apenas em horários de pico nos dias úteis prejudicou as contas da empresa e a população. Liberação de catracas por falta de funcionários também contribuiu para déficit.
Em 2017, os metroviários fecharam 24 estações do metrô. A empresa deixou de arrecadar mais de R$ 6,35 milhões.
Em 2018 não houve a paralisação diante de um acordo feito entre o governo e o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Metroviários (SindMetrô/DF) mediada pelo Tribunal Regional do Trabalho da 10 Região (TRT-10).
Os salários para quem trabalha no Metrô-DF são um dos mais altos em comparação o que pagam outras empresas metroviários do Brasil.
Em janeiro de 2018, logo que tomou posse, o governador Ibaneis Rocha, diante do relatório contábil dos últimos oito anos, chegou a conclusão que a Companhia dá um prejuízo de R$300 milhões por ano.
O rombo quem paga é a população.
Em nota, a Companhia do Metropolitano do Distrito Federal disse lamentar que os metroviários deflagrem uma greve em plena pandemia de Covid-19, “sem ao menos votar a última proposta para o ACT 2021-2023 apresentada pela companhia”. O Metro-DF disse ainda que irá recorrer na justiça.
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