O governo Ibaneis está decidido a vender o Metrô-DF por falta de capacidade de investimentos. Outros motivos para a privatização, estão relacionados aos altos salários, pagos aos servidores da Companhia, bem como as constantes greves de funcionários que causam prejuízos milionários ao sistema. A última paralisação chegou a 77 dias. “O povo não aguenta mais pagar essa conta”, defende Ibaneis Rocha
Por Toni Duarte//RADAR-DF
Nos últimos 15 anos a Companhia do Metropolitano do Distrito Federal têm sido criticada por passageiros pela superlotação e falhas recorrentes no sistema.
Apesar de ser um serviço essencial para a população o metrô continua o mesmo que foi inaugurado pelo visionário Joaquim Roriz, em 2002, quando foi governador do DF. Os trens são velhos e arcaicos. Verdadeiras sucatas sobre trilhos.
A lei determinar que ninguém pode ganhar mais do que o teto permitido pela Constituição, no entanto, o metrô do DF não é obrigado a seguir o limite, porque mantém gastos com pessoal e custeio com recursos próprios.
Os salários para quem trabalha no Metrô-DF são um dos mais altos em comparação o que pagam outras empresas metroviários do Brasil.
No mês de março, por exemplo, a diretoria do metrô resolveu aumentar seus próprios salários.
Os contracheques turbinados, para quem ocupa cargo de chefia, ganharam um acréscimo de 80% sobre a remuneração anterior.
Os subsídios na Companhia não seguem necessariamente uma lógica hierárquica.
Tem gente que não é diretor mais está ganhando acima do contracheque recebido pelo governador Ibaneis Rocha, que a cada final do mês repassar o valor a uma entidade sem fins lucrativo do DF.
Os mais de mil funcionários de nível médio da companhia recebem R$ 9.256,45, enquanto o mesmo trabalhador do Metrô de São Paulo recebe, em média, R$ 4. 500,00.
Os pilotos dos trens do metrô de Brasília ganham salários, em média, R$ 8.000,00 por mês. Os agentes de estação recebem R$ 7.000,00.
Se fosse funcionários do metrô de São Paulo os respectivos salários cairiam pela metade.
A sequência de má gestão, que passaram pelo comando da Companhia do Metropolitano do Distrito Federal, fez a empresa perder o status de independência do Estado, que ultimamente está sendo obrigado a fazer investimento na manutenção da rede.
O dinheiro do Metrô tem servido para pagar o saco sem fundo de bons salários.
Após 77 dias de braços cruzados, o que causou um prejuízo de R$ 9,3 milhões aos cofres da empresa, os metroviários continuam na chamada “greve branca”.
As filas de passageiros continuam emperradas nas bilheterias para a compra de cartões de acesso às plataformas.
Funcionários continuam faltando ou chegando tarde no serviço.
A justificativa é de que a empresa deixou de fornecer o transporte para os funcionários, algo jamais aceito, por exemplo, por qualquer empresas da iniciativa privada.
A situação fez o governador pensar e reagir. Ibaneis afirmou que o sindicato está trabalhando contra o Metrô e seus próprios empregados. Disse que todos sabem que a empresa perdeu a sua capacidade de investimento.
“Se não buscar uma parceria na iniciativa privada, a empresa realmente quebra e todos vão ficar desempregados”, prevê o governador Ibaneis.
O que disse Ibaneis Rocha se materializou por meio de um chamamento publicado no Diário Oficial do DF na última segunda-feira (22/07/2019).
A publicação autoriza o início dos estudos de viabilidade para concessão de gestão, operação e manutenção do modal.
O termo é assinado pela Secretaria de Transporte e Mobilidade. Onze empresas participam das análises preliminares da possível parceria público-privada (PPP).
As empresas credenciadas têm um prazo de 120 dias para apresentação de propostas. Até o final do próximo ano a licitação será lançada.
Caso isso aconteça, os servidores do metrô deverão ser relocados em órgão da administração pública ou se adequar aos salários pagos pela iniciativa privada.