m meio a um cenário conturbado com milhares de servidores públicos em pé de guerra contra o governo Rollemberg e uma relação desgastante entre o Executivo e o Legislativo que se recusa a aprovar projetos que visam aumentar ainda mais os impostos, o bombeiro militar Roosevelt Vilela assumiu nesta terça-feira (27), uma das 24 vagas de deputado distrital.
A posse de Roosevelt foi prestigiada por inúmeros socialistas de carteirinhas que aplaudiram o novo distrital o único representante da legenda na Câmara Legislativa. Roosevelt que obteve pouco mais de oito mil votos, na eleição passada, se tornou primeiro suplente da coligação do seu partido e tomou posse no lugar de Joe Vale (PDT) que virou secretário de Estado.
Na primeira sessão que participou ontem, já como deputado socialista, o bombeiro sentiu que a sua missão de defender o governo Rollemberg será espinhosa já que os seus pares acusam o governo de jogar os grevistas contra a Câmara Legislativa e ameaçam a não votar nenhum projeto do Executivo.
Ao Radar, Roosevelt disse não temer os grandes embates que terá que enfrentar em defesa do governo socialista, embora sabendo da legitimidade reivindicada pelos servidores públicos que exigem o pagamento do reajuste salarial, o qual vem sendo negado pelo governador Rodrigo Rollemberg que alega falta de recursos.
“Nós militares não podemos nos sindicalizar, mas venho da área associativa do nosso segmento. Sei da legitima reivindicação dos servidores mais é preciso fazer a coisa com coerência e responsabilidade. O governador está num esforço gigantesco para aprovar um pacote de medidas, embora impopulares, mas necessárias para que Brasília possa receber os investimentos que tanto necessita“, defendeu.
Por ser o único parlamentar do PSB na Câmara Legislativa parece não incomodar muito o bombeiro Roosevelt Vilela.
“O meu papel é representar e defender um projeto de governo que tem dialogado com a sociedade e que tem o objetivo de preparar Brasília para o futuro promissor. Não foi o PSB que causou todo esse estrago na economia que levou Brasília ao fundo do poço. Todos nós sabemos quem fez isso. Eu acredito na magnitude da Câmara Legislativa como o fiel da balança que pode ajudar em muito no processo de soerguimento da nossa cidade”,apontou.
Apesar do otimismo do novo distrital e vontade de ajudar o seu governo, no entanto o que vai prevalecer dentro da Câmara Legislativa é o forte clima de obstrução da pauta para não votar o pacote de medidas do Executivo.
Ontem a maioria dos deputados criticou governo local pela falta de negociação com os servidores públicos em greve. Nem requerimentos que estavam na Ordem do Dia alcançaram quórum para votações.
O deputado Wellington Luiz (PMDB) ressaltou que irá manter a obstrução da pauta e nenhum projeto do Executivo será votado. “Aqui não tem menino e o governador não está respeitando essa Casa”, discursou.
A posição dos distritais foi uma reação às tentativas do governador Rodrigo Rollemberg de jogar os grevistas e a sociedade contra a CLDF. “Essa crise não é nossa. É de responsabilidade única desse governo. O nosso trabalho sempre foi o de intermediar a crise em busca de uma solução”, ressaltou o distrital Renato Andrade (PR).
Da Redação Radar