Leonardo Loiola, pré-candidato à presidência da OAB/DF, sustenta que, dessa vez, a maioria dos 40 mil advogados ativos, inscritos na seccional do Distrito Federal, não servirá de massa de manobra para eleger uma elite bem-sucedida que se reversa no poder da Instituição há mais de 20 anos
Por Toni Duarte//RADAR-DF
Mesmo faltando mais de quatro meses para a eleição da OAB-DF, o pleito desse ano promete ser acirrado entre os muitos candidatos do que nos pleitos anteriores. Uma onda que vem de baixo ganha força e assusta os chamados veteranos da política interna da OAB-DF.
“Nos últimos 20 anos somos transformados em massa de manobra por uma elite que se reversa no poder da OAB, que só nos enxerga no ano de eleição. Dessa vez será diferente. Não vamos servir de escada para a elite subir”, atacou o advogado Leonardo Loiola um dos fundadores do Movimento Advogado Baixo Clero.
Segundo ele, o movimento foi criado para se insurgir contra os “Grupos da Velha Política do Mecanismo de Ordem”, os chamados “medalhões”, e completa: “muitos deles utilizam a OAB em prejuízo de toda a classe”.
Loiola, prega a sinergia da Ordem e a luta pela coesão e equidade dos advogados. Ele também afirma que o MBC está construindo uma chapa a ser lançada na disputa pela presidência da Instituição que inclui, no mínimo, 50% de mulheres para a inclusão nos cargos da gestão, nicho considerado machista até então.
“A nossa proposta visa uma OAB que prestigie a todos e não apenas a um pequeno grupelho de advogados que sobe na vida a custa do sacrifício da maioria. Queremos acabar com as castas e com esse revezamento de gestão que não contribuem para a melhoria da advocacia e nem para a proteção dos interesses da sociedade”, disse ele ao Radar.
Loiola destacou que o Movimento Advogados Baixo Clero vem apresentando vários projetos de lei, inclusive a reforma do Estatuto, com mudanças, tais como:
1. Quebra da cláusula de barreira, que possibilitam os jovens advogados a participarem das Eleições de Ordem como candidatos;
2. Advocacia exclusiva em favor da OAB para os presidentes e vice-presidentes das Seccionais, com a finalidade de retirar qualquer suspeita sobre suas imparcialidades em seus atos e decisões;
3. Igualdade no exercício da profissão entre MP e Magistrados;
4. Nova regularização e fiscalização do marketing jurídico, para pôr fim às propagandas ilegais;
5. Coibir a contratação de advogados associados como forma de burlar vínculos empregatícios, instituindo piso salarial mínimo e seu cumprimento, de igual forma, pretende punir quem insiste em pagar e receber valores abaixo da tabela, principalmente para os advogados correspondentes e audiencistas, o que favorece a inserção dos jovens advogados no mercado de trabalho e garante uma remuneração minimamente justa e possível.
“Por fim, os insatisfeitos com o jogo de “cartas marcadas” nos cargos da gestão, agora podem optar por uma 3ª via, que pretende fazer uma faxina na casa dos advogados e uma gestão honesta e transparente. É para isso que sou candidato” , disse o presidenciável Leonardo Loiola.