Ainda nem tomou posse, o governador eleito Ibaneis Rocha (MDB) recebeu um recado direto do MPDFT de que terá que fazer ação continuada de demolições na orla do lago Paranoá, sob pena de o GDF pagar multas diárias pela recusa. No entanto, o governador eleito tem dito que a questão não é só demolir, mas tornar a orla acessível, limpa e com equipamentos públicos dentro de uma ação planejada e discutida com a comunidade
Por Toni Duarte//RADAR-DF
Três anos após o processo de desobstrução da Orla do Paranoá, principalmente na região do Lago Sul, as ações promovidas pelo governo Rollemberg, deixaram para trás uma enorme quantidade de escombros que produz assoreamento do lago em um flagrante crime ambiental.
O governo de Rodrigo Rollemberg que derrubou cercas, árvores, passou o trator em cima de construções, interditando piscinas e churrasqueiras, não teve a mesma agilidade para limpar, manter e preservar as áreas já liberadas.
Além disso, a falta de segurança e o lixo acumulado na beira lago é o retrato fiel do estado precário da maior parte dos cerca de 80 km de margens da bacia artificial.
Para Marconi Sousa, presidente da Associação dos Amigos do Lago Sul, o governo focou no processo de demolição sem se preocupar com a retirada dos escombros deixados para trás e do lixo que se amontoa por todos os lados.
No entanto o Ministério Público exige que o próximo governador dê continuidade nas ações demolidoras e entrou na justiça com pedido para que as multas previstas na decisão judicial sejam aplicadas ao GDF.
Quando assumir o governo no dia 1 de janeiro, o governador eleito Ibaneis Rocha terá que se debruçar em cima de um planejamento que possa cumprir a lei, mas com decisões tomadas com diálogos e participação da comunidade.