O farmacêutico Osnei Okumoto cancelou toda a sua agenda nesta sexta-feira (07), tanto no governo de Transição de Ibaneis Rocha como no próprio Ministério da Saúde onde atua como Secretário Nacional de Vigilância Sanitária, para estar com dirigentes do sindicato que representa a maior fatia dos servidores da saúde do DF: o Sindsaúde
Por Toni Duarte//RADAR-DF
Aos poucos, o futuro secretário de saúde do DF Osnei Okumoto, vai conhecendo de forma embrionária os principais problemas que afetam o moribundo sistema de saúde do Distrito Federal.
Ele descobre que além da precarização hospitalar, que produz mortes evitáveis de quem recorre a saúde pública, também existe outro mais grave que atinge silenciosamente uma parcela considerável dos 35 mil servidores da saúde: o processo de adoecimento que afeta os trabalhadores trazendo prejuízos físicos e mentais.
A intensa demanda pelo serviço em conjunto com o ritmo acelerado de trabalho para cumprir as metas de produtividade é a causa diagnosticada pelo próprio Sindsaúde que se viu na obrigação de socorrer servidores que precisam de ajuda.
Foi assim que surgiu a “Nova Mente”, uma clínica multiprofissional que oferece fisioterapia, farmácia, música, nutrição, biodança, psicologia, educação física e terapia ocupacional para os servidores.
Durante a campanha eleitoral, o governador eleito Ibaneis Rocha conheceu o espaço montado no Guará e se declarou ser parceiro da iniciativa.
Foi lá também, que o futuro secretário de saúde e sua equipe assistiram à apresentação de um detalhado diagnóstico da pasta que irá comandar e as demandas dos servidores para que o novo governo construa sua política de diálogo com os servidores e com o foco na população
Marli Rodrigues, presidente do Sindsaúde, afirmou que todo gestor público sabe que a recuperação da saúde pública passa também pela valorização dos servidores.
“Estamos dispostos a construir a ponte que foi destruída pelo governo Rollemberg. O pacto pela saúde, para ser efetivado, é necessário que se efetive três outras dimensões: o pacto de gestão, o pacto pela vida e o pacto em defesa do SUS. A nossa categoria está bastante machucada. É preciso resgatar a autoestima dela para que se possa fazer uma saúde de qualidade”, disse Marli Rodrigues.
O futuro secretário disse que não há gestão eficiente se não houver diálogo e empenho dos segmentos envolvidos.
Okumoto, em conversa com o Radar, destacou a importância dos servidores no relevante papel de fazer uma saúde de qualidade e que o governador Ibaneis Rocha recomendou a ele que buscasse ouvir as categorias.
“É o que eu estou fazendo. Pedi para bloquear toda a minha agenda para ter disponibilidade de estar aqui e pedir ajuda da categoria para que a gente caminhe juntos. Disseram para mim que a situação da saúde do DF é tão grave que se a gente fizer um pouco já estará fazendo muito. Mas temos que fazer o máximo para ver até onde a gente pode chegar. Meu tempo é curto por ser muito apressado”.
O futuro secretário disse ainda que quer o servidor da saúde como um parceiro. “Reconheço e valorizo o servidor público por ser um deles”, disse.
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