Dez anos em 100 dias. Essa foi a meta traçada pelo engenheiro Fernando Leite desde que assumiu o comando da Caesb, em 1º de janeiro desse ano, a convite do governador Ibaneis Rocha. A missão era a de tornar a empresa superavitária depois de contabilizar um prejuízo de mais de 1 bilhão de reais nos últimos dez anos. O engenheiro deixou o cargo de presidente da Companhia no mês passado, mas garante que a empresa fechará o ano de 2019 com um superavit superior a R$ 100 milhões.
Postado por RADAR-DF
Depois de fechar 2018 com prejuízo de R$ 247 milhões e endividamento de R$ 1,06 bilhão, a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb), ensaia recuperação e aponta tendência de lucro superior a R$ 20 milhões no primeiro trimestre deste ano.
“Os primeiros resultados são reflexo de uma mudança de gestão e devem se desdobrar em números ainda mais promissores”, diz o engenheiro e gestor Fernando Leite que deixou o comando da empresa no mês passado.
A expectativa é fechar 2019 com superávit superior a R$ 100 milhões. Para alcançar esse resultado, segundo o ex-gestor, a companhia apostou todas as suas fichas em um amplo programa de recuperação financeira e eficiência empresarial.
Em março, a diretoria, então sob o comando de Fernando Leite, lançou o “Plano Nova Caesb”, baseado em quatro grandes eixos:
Aumento de receita, redução de despesas, eficiência empresarial e melhoria do clima organizacional.
O plano em curso, detalha uma série de ações e metas para os próximos quatro anos que foram estruturadas por uma equipe técnica de mais de 50 pessoas.
Um dos principais objetivos é implementar 200 mil ligações de água, por meio do programa chamado Água Legal.
Também estão previstas 240 mil novas ligações de esgoto nos próximos quatros anos. Reduzir o índice de perdas, hoje estimado em 34%, para 25% é outra meta audaciosa.
Com a implementação completa do plano, a Caesb espera, além de superar a crise financeira e afastar o fantasma da privatização, garantir segurança hídrica para a população.
Desde o início do ano, há um conjunto de obras em andamento que permitirão a Caesb atender um milhão de pessoas a mais do que atende hoje com abastecimento de água. São elas: obras de interligação operacional, que permitem a transferência de água entre diferentes sistemas produtores; a Estação de Tratamento de Água (ETA) do Gama, atualmente em pré-operação com capacidade de produzir 320 litros por segundo; a fase 2 do Sistema Paranoá (produz atualmente 700 litros por segundo.
A segunda fase terá investimento de R$ 250 milhões para a produção de 1.400 litros por segundo) e o Sistema Corumbá (que deve entrar em operação ate o final de 2019. Deverá produzir 2.800 litros por segundo, sendo L/s, sendo 1.400 L/s para Goiás e 1.400 L/s para o DF), entre outras.
No escopo do programa Nova Caesb, também está a modernização de processos e o investimento em inovação e compartilhamento de informações. Tornar a companhia totalmente digital, automatizando todas as unidades.
Há em curso um projeto piloto para implantar a telemetria, tecnologia que permitirá ao consumidor acompanhar em tempo real seu consumo de água.
“Sou grato ao governador Ibaneis Rocha pela oportunidade e a missão que me deu para tirar a Caesb do estado pre-falimentar”, disse Fernando Leite ao fazer um balanço desses 100 dias que passou pelo comando da empresa.