Ao exigir por meio da justiça que Marli Rodrigues prestasse depoimento aberto na CPI da Saúde, o governador terminou expondo a primeira-dama Márcia Rollemberg na mira da CPI da Saúde. Ela deverá ser convocada para depor sobre o suposto esquema de corrupção que envolve servidores do Governo Rollemberg. A observação foi feita pelo deputado Bispo Renato Andrade ao Radar.
anto governador Rollemberg como a mulher dele tiveram os nomes citados pela presidente do SindSaúde, Marli Rodrigues. Ela declarou que o governador e a primeira dama seriam os principais “autorizadores” do pagamento de propinas dentro do governo, conforme detalha um mapa entregue por ela aos membros da CPI da Saúde.
A bomba que o governo de Brasília tenta desqualificar e minimizar seus efeitos, passou ser, também, alvo da Policia Federal e do Ministério Publico que investigam o rumoroso caso. A situação apavorou o governador Rodrigo Rollemberg que acompanhou o depoimento de Marli, através de um celular ligado que ficou o tempo todo transmitindo em tempo real por um deputado da base do governo.
Para o Bispo Renato Andrade a manobra do governo do Distrito Federal de ingressar na justiça para impedir que o depoimento da sindicalista fosse em caráter reservado, terminou sendo um tiro no pé do próprio governo.
O que era apenas um ato de intimidação claríssimo, para expor a depoente de fatos que ela sabe de extrema gravidade, no entanto, terminou expondo o próprio governador e a primeira-dama Márcia Rollemberg em supostos atos de pagamentos de propinas que ainda precisam ser averiguados.
“Precisamos agir com muita responsabilidade diante dos fatos narrados pela sindicalista. Se necessário for, vamos ter que ouvir o governador e a primeira- dama , buscando fazer isso em cima de fatos concretos, sem fazer disso um palanque político”, afirmou o distrital que faz oposição ferrenha ao governo.
Ele avaliou que é preciso que a CPI da Saúde tenha muita cautela sobre o mapa apresentado por Marli que aponta como foi montado o propinoduto do Governo de Brasília para saquear o dinheiro da Saúde.
O material será periciado por técnicos para saber da autenticidade da autoria. Marli Rodrigues declarou que quem fez o mapa foi Marcos Júnior, ex-subsecretário de Logística e Infraestrutura da Secretaria de Saúde, que aponta como Rollemberg e Márcia controlam o esquema. Marcos Júnior será convocado a depor.
SENADORES E DEPUTADOS FEDERAIS CALADOS
Enquanto as vísceras da corrupção afloram dentro da CPI da Saúde da Câmara Distrital, fato que envolve o Ministério da Saúde em um esquema gigante com tentáculos espalhados pelo país, no entanto, até agora, deputados federais e senadores do DF se revelam omissos para a questão.
O modelo é o mesmo do que acontece no DF. No dia 27 de novembro do ano passado foi publicado no Diário Oficial, na pagina 42, a nomeação de Ricardo Cardoso dos Santos para o cargo de diretor executivo do Fundo de Saúde do Distrito Federal.
Na semana seguinte, no dia 3 de dezembro do mesmo ano , o então secretario de Saúde, Fábio Gondim publica a Portaria 276 no Diário Oficial , pagina 11, delegando todas as competências de execução orçamentária ao diretor executivo do Fundo de Saúde, Ricardo Cardoso . O artigo primeiro delega a Cardoso a competência para autorizar no âmbito da unidade orçamentária 23.901 FSDF, fazer emissão de empenho, liquidação das despesas, pagamento das despesas e concessão de suprimentos de fundo. A atribuição do servidor requisitado do Ministério da Saúde , um contador de carreira passa a ser o maior controlador de todo o dinheiro da saúde. Um fato considerado inédito na Administração Pública. Deputados e senadores do DF parecem não enxergar isso.
Da Redação Radar
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