|Por Toni Duarte//RADAR-DF
O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios e a Coordenação Especial de Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e aos Crimes contra a Administração Pública (CECOR) da Polícia Civil do DF começam a desmontar um esquema de criminosos comandado por grileiros e milicianos que faturam milhões de reais com a venda direta de lotes de terras públicas.
As investigações, que já culminaram com 11 mandados de prisão preventiva e 12 de busca e apreensão da 2ª fase da “Operação Horus” deflagrada nesta terça-feira 03, levaram à Policia Civil e o Ministério Público à uma conclusão: os grileiros invadem as terras, tomam lotes e os milicianos dão apoio com o uso de armas pesadas e garantem o território sob controle da facção.
Os policiais seriam responsáveis, por exemplo, por expulsar posseiros dos terrenos irregulares que interessariam ao grupo.
A integração entre milicianos e grileiros, segundo as investigações, não exclui a atuação da milícia do Sol Nascente em outras áreas da cidade como o apoio também na venda de drogas feita por traficantes.
Os traficantes se sentem livres para vender maconha e cocaína nas comunidades.
A polícia também trabalha com a hipótese do grupo criminoso estar cobrando taxas de segurança aos comerciantes do Sol Nascente, da mesma forma que é feita por milicianos do Rio de Janeiro.
A primeira fase da Operação Horus, deflagrada em maio passado, um grupo de sete PMs, todos sargentos, foi preso por integrar a milícia que opera no Sol Nascente.
No bolo dos algemados estava o 1º sargento João Batista Firmo Ferreira, tio da primeira-dama do Brasil, Michelle Bolsonaro.
O militar reformado é irmão de Maria das Graças, mãe de Michelle. A família da primeira-dama mora na região do Sol Nascente, conhecida como a maior favela do país.
O Ministério Público já havia denunciado os policiais militares por organização criminosa armada. Eles atualmente respondem ao processo na Auditoria Militar.