O ASSUNTO É

E quem disse que uma mulher não pode comandar uma tropa de homens?

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O comandante em-chefe da Policia Militar do Distrito Federal Ibaneis Rocha, quebrou um paradigma secular ao escolher uma mulher, que, pela primeira vez, vai comandar a instituição militar. No entanto, o nome da futura comandante-geral foi recebido com preconceitos por movimentos internos que acham que uma mulher não tem competência para comandar uma corporação historicamente comandada por homens

Por Toni Duarte//RADAR-DF

Pela primeira vez na história de 210 anos da Polícia Militar do Distrito Federal , uma mulher assumirá o Comando-Geral da Instituição.

A coronel vista por muitos como a “Dama de Ferro” por ter pulso forte, cuidará de uma tropa de quase 12 mil militares e será o braço e voz do comandante supremo Ibaneis Rocha, governador eleito do DF.

A futura comandante já assumiu postos importantes da instituição e comandou diversos batalhões como o Comando do Policiamento Regional Sul II.

Ela faz parte do grupo minoritário de mulheres que representa menos de 10% do contingente da corporação.

Passados quase 30 anos em que as primeiras mulheres foram admitidas na PMDF, ainda assim a instituição militar está muito distante de oferecer igualdade de oportunidades para homens e mulheres.

Na carreira, ainda marcadamente masculina, as mulheres policiais sofrem com a falta de reconhecimento profissional, além de discriminação e preconceito, mais acentuados que na maioria de outras carreiras do serviço público e também na iniciativa privada.

Em 27 anos de atuação como policial militar, apenas Sheila Sampaio e outra oficial, com a sua mesma patente, chegou a Coronel, último posto da hierarquia representado massivamente por homens num total de 49 coronéis.

Os obstáculos são tantos a começar pelo ingresso na carreira. Em março desse ano a Polícia Militar foi obrigada pelo Ministério Público a refazer um edital de um concurso que oferecia apenas 50 vagas para mulheres, em um total de 500 vagas para cargo de soldado.

O MP justificou que o edital violava os princípios da legalidade, razoabilidade e igualdade e criou obstáculos ao direito do livre acesso a cargo público, assegurado nos incisos I e II do art. 37 da Constituição Federal.

A reação contra a indicação da Coronel Sheila, para comandar a PMDF, além, claro, do preconceito declarado pela macharada, que julga que somente os homens tem competência para comandar homens, prevaleceu ainda o interesse individual dos coronéis da segunda turma.

Os chamados “Full” mais antigos brigam por acharem que a vez seriam deles e não da mulher pertencente a terceira turma. Esqueceram, no entanto, que a escolha é do governador e que a fila dos mais antigos não é mais uma regra a ser obedecida desde o governo Roriz.

A indicação de Sheila, fez também surgir uma espécie de levante político feito por um grupo de praças que conseguiu se eleger para a Câmara legislativa em outubro.

O subtenente da PM Hermeto,  deputado distrital eleito, por exemplo, defende a construção de uma lista tríplice da qual o governador eleito Ibaneis escolheria um coronel para comandar a Instituição Militar.

Hermeto porém se esquece que o Comando Geral da PM é um cargo que nenhum governador de Estado abre mão de indicar.

Como comandante em-chefe da PMDF, Ibaneis tem a livre escolha de nomear o seu representante número 1 na instituição  sem qualquer interferência política.

A sociedade brasiliense aplaudiu o nome da Coronel Sheila Sampaio para comandar os quase 12 mil homens da PM, é o que basta.

As nossas boas-vindas à “Dama de Ferro” da briosa Polícia Militar do Distrito Federal!

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