Se a coisa vai mal na ponta é porque a cabeça não presta. Essa foi a tônica do discurso do governador Ibaneis Rocha ocorrido nesta segunda-feira (07/01), durante o anúncio da extensão do modelo Instituto Hospital de Base (IHBDF). A ameaça de mandar abrir processo administrativo contra quem atende mal no serviço público, serviu como um alerta ao próprio secretário de saúde Osnei Okumoto, bem como para todos os gestores do governo
Por Toni Duarte//RADAR-DF
“Vou precisar de envolvimento do servidor. A partir do momento que mandar para outro hospital, sabendo que pode não ser atendido, vou abrir processo administrativo contra o servidor. Ele tem a responsabilidade de entregar a saúde na mão das pessoas ou no mínimo condições. Não vou aceitar desumanidade. Esse nível de comprometimento eu vou cobrar pessoalmente”.
Embora o tom do discurso tenha caído como uma bomba no meio dos milhares de servidores da saúde do DF, e por tabela ter servido como um alerta ao próprio secretário Okumoto e todo o staff do governo, a posição do governador Ibaneis Rocha representa o mesmo sentimento dos mais de 3 milhões de brasilienses que nos últimos oito anos sofrem com a falta de atendimento no Sistema Único de Saúde do DF.
Quem chega aos hospitais do Distrito Federal corre o risco de morrer por várias causas: a pior delas é a de não ser atendido por falta de vagas ou pelo mau humor de alguns servidores públicos que se acham acima de tudo.
A prática ocorreu com frequência nos últimos quatro anos do governo Rollemberg.
Só em 2017 ocorreram cerca de 1.262 de mortes evitáveis, segundo um levantamento feito pela própria Secretaria de Saúde e disponibilizado pelo Sindicato dos Servidores da Saúde – Sindsaúde.
Resolver a situação calamitosa do setor é a principal prioridade do governador que se elegeu com o compromisso de tirar a saúde do caos e prestar um bom atendimento de quem dela precisa.
O discurso de Ibaneis foi amplo e não poupou ninguém. Foi o discurso contra a má gerência e o mau atendimento ao público
Ele disse: “Vou precisar de envolvimento do servidor”.
Em outras palavras, Ibaneis Rocha exigiu, nas entrelinhas do seu discurso, o empenho total do secretário de saúde Osnei Okumoto, já que é a ele que o governador vai se reportar.
O secretário Okumoto tem a obrigação de exigir responsabilidade de seus auxiliares, principalmente aqueles oriundos da incompetente gestão Rollemberg, que deixaram unidades de saúde desabastecidas de insumos e que negou o atendimento a pacientes, mesmo com decisões judiciais. Tudo por incapacidade de planejamento e logística.
A prática da omissão no atendimento público não pode continuar.
A posição de Ibaneis encheu de mimimi uma parcela de servidores públicos negligentes que se sentem donos do Estado.
Nas redes sociais, o emedebista foi criticado por ter dito que irá abrir processo administrativo contra quem atende mal. Ibaneis tá ligado nos passos de Okumoto e o povo tá ligado em Ibaneis.